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Opinião FL: Libertad, um campeão que não tinha “cara” de campeão

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Foto: Reprodução/Facebook Club Libertad

Poderia ser considerada apenas mais uma oportunidade em que o Libertad consegue “furar” o monopólio de Apertura e Clausura normalmente estabelecido entre os gigantes de Assunção Cerro Porteño e Olimpia. Mas as características bem especiais do título Repollero são muito marcantes para serem resumidas a um cenário tão simplista e que não faz jus a mais um momento onde o futebol nos demonstra, por mais uma vez, uma lição.

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A lição de que nem sempre um campeão já começa o torneio com “cara” de campeão.

Foram três derrotas logo nas três primeiras rodadas e o pensamento de um torcedor que se acostumou a ter grandes anseios via a possibilidade de novamente brigar pela taça se esvaindo a medida que a equipes sofria reveses que não davam em nenhum momento sinais de reação. Nem mesmo o triunfo da quarta rodada contra o River Plate dava algum alento já que, sob um olhar sincero, a tendência era que o clube recém-promovido a elite paraguaia perdesse muito pontos até se adaptar ao nível da principal divisão do futebol local.

Um triunfo contra o Cerro Porteño na oitava rodada por 2 a 1 significava a possibilidade de dias melhores aos comandados de Eduardo Rivera com o campeonato já chegando quase que em sua metade e ainda restavam cinco pontos e três adversários o separando do então líder e com “trejeitos” de uma equipe capaz de repetir no Paraguai o feito do Leicester City na Inglaterra, o Sol de América.

O aproveitamento começou a ser bem mais regular do que anteriormente, perdendo apenas um em cinco jogos com outras duas vitórias e um empate. Mas justamente quem queria ser o protagonista de um “novo milagre”, dessa vez em solo latino, resolveu ser a pedra no caminho do Gumarelo.

Uma nova derrota para o Sol por 2 a 1, assim como havia acontecido lá na segunda rodada em meio ao período de baixa do Libertad, poderia facilmente condenar os planos da equipe. Afinal, o confronto mais importante para garantir a ponta do Apertura foi perdido e os quatro pontos de desvantagem aparentavam ser bem complicados de serem removidos ainda mais pelo fato de que seus oponentes cresciam na competição.

Mas foi aí que o grande “click” na postura da equipe começou a moldar a face de atual campeão.

Foram cinco vitórias seguidas e, com os tropeços dos adversários que não conseguiram acompanhar o mesmo crescimento de quem não estava mais disposto a se frustar na primeira parte da temporada, novamente o Cerro Porteño teve papel decisivo na campanha do Libertad.

Uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Ciclón foi a deixa para que, com o improvável revés do Olimpia também por 1 a 0 sobre o General Caballero, a equipe assumisse a tão cobiçada liderança.

Porém, ainda restavam três rodadas e, na última delas, o desafio mais duro possível para quem estava se acostumando a achar que o pior já tinha passado.

Logo aos 27 minutos do jogo que ocorreu ontem (21) no Estádio Nicolás Leoz, uma das maiores esperanças de ser o cara do título, o atacante Antonio Bareiro, era expulso de campo após tomar o segundo cartão amarelo e um pesadelo de nervos parecia se instalar na equipe que, sendo altamente pressionada pelo Guaraní de “Chiqui” Arce no comando técnico e sabedora do confronto já dominado pelo Olimpia contra o River Plate, sabia que não podia errar.

As alterações promovidas pelo time Aurinegro eram unicamente visando o ataque e sufocar cada vez mais uma equipe que, se enchendo de zagueiros, vivia no limite de suas forças para ainda seguir sonhando com a comemoração máxima.

Resistente a blitz imposta pelo Cacique de Assunção, o apito derradeiro do árbitro José Méndez que desencadeou na festa dos jogadores do Libertad foi o retoque final de um campeão forjado em suas próprias dificuldades.

Afinal de contas, nem sempre um campeão já começa o torneio com “cara” de campeão.

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