A Copa São Paulo de Futebol Júnior ainda está em curso e, dentro do torneio, três das cinco equipes as quais eu considerava como favoritas ao título permanecem vivas no torneio: Corinthians, Cruzeiro e Flamengo.
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Sendo que as demais eram Sport, eliminado justamente pelo Cruzeiro, e o São Paulo, que saiu derrotado na fase de quartas de final perante ao Flamengo.
Entretanto, a evolução ao não dessas equipes na competição acaba ficando um tanto quanto em segundo plano quando analisamos friamente o real e principal objetivo que tem o torneio desde os seus primórdios, que é a revelação de jogadores talentosos que podem render bons frutos aos seus clubes.
E, se avaliado esse fator de suma importância, sem dúvida que essas cinco equipes podem se considerar campeãs “morais” da Copa São Paulo, pois o desempenho de seus jogadores demonstraram que, em cada elenco citado, há pelo menos de duas a mais peças que podem (e devem) ser lapidadas com muita atenção pelos respectivos elencos profissionais.
Vejamos com mais detalhe cada um dos casos:
Corinthians
Léo Príncipe: Lateral-direito que está na sua segunda Copa São Paulo, na equipe campeã de 2015 já havia demonstrado seu valor com a grande qualidade que tem em avançar com perigo e saber cobrir bem os espaços que deixa na defesa. Equilíbrio, velocidade e habilidade são suas principais características e supre uma natural ausência que há no elenco profissional corintiano, que conta apenas com Fagner como homem de confiança no setor.
Maycon: Meia de muita visão de jogo, consegue se adaptar ao estilo da partida no sentido de puxar contra-ataques em velocidade ou a necessidade de cadenciar o toque de bola no setor. Chutes fortes de longa distância, seria também uma peça interessante para integrar o plantel de Tite.
Gabriel Vasconcelos: Também na segunda Copa São Paulo consecutiva, já demonstra maturidade desde a edição passada com relação a participar mais dos jogos mesmo sendo um atacante de área. Tem mobilidade nas proximidades do gol e finaliza sempre bem, é um jogador adaptado ao estilo “moderno” que um camisa 9 precisa para se dar bem.
Gustavo Tocantins: Atacante que atua mais pelos lados do campo, é um dos veteranos da base corintiana e que já teve muitas oportunidades de treinar e até ser relacionado para alguns jogos no elenco principal. Será sua última Copinha pela idade, então é melhor a comissão técnica do Parque São Jorge se apressar e inseri-lo por completo ele no profissional, evitando o risco de perder um atleta de qualidade.
Cruzeiro
Lucão: Goleiro que tem excelente estatura (1,92 m) e que sabe utilizá-la com relação a proteção dos ângulos e diminuição de espaço dos atacantes. Boa explosão de reflexo nas defesas e, apesar de apresentar algumas falhas na saída do gol, é algo corrigível e compensado também pela grande capacidade em pegar pênaltis.
Dudu: Meio-campista que tem o estilo bem parecido com o meia Alisson, do elenco profissional da equipe celeste. Rápido e habilidoso, é uma das fontes naturais de contra-ataque e jogadas rápidas do Cruzeiro pela ponta direita, entrando bem na grande área e sempre com tranquilidade nas finalizações. Seria uma excelente inclusão no plantel do técnico Deivid.
Alex: Aparentemente o mais preparado e uma das grandes joias da base mineira. Meia no melhor estilo clássico, joga com muita calma e sempre da cabeça erguida, dando uma cadência que não deixa o time lento, mas sim calmo o suficiente para acelerar os lances no momento certo e pegar o adversário desprevenido. Entra muito bem na área e já fez gols importantes para a equipe nessa edição da Copinha. Um verdadeiro comandante do círculo central.
Flamengo
Thiago: Mesmo quando o todo da equipe carioca não esteve tão bem na Copa São Paulo, suas atuações no gol flamenguista atenderam as expectativas que se esperam do mesmo, com segurança e um índice baixíssimo de falhas. Tranquilo debaixo das traves, tem bom contato e entrosamento com o sistema defensivo, parte importante para um goleiro que deseja ter sucesso dentre os profissionais.
Thiago Enis: Lateral-direito que demonstra qualidades muito semelhantes as do Léo Príncipe com o adendo de ter enfrentado situações ainda mais complicadas nessa Copinha como, por exemplo, o duro duelo contra o São Paulo onde foi extremamente exigido com as subidas do lateral-esquerdo Inácio. Se saiu muito bem na oportunidade e ajudou bastante a equipe até então no torneio.
Arthur Bonaldo: Volante de muita visão de jogo e que tem uma marcação muito firme, joga de maneira muito consciente e madura mesmo tendo apenas 19 anos de idade. Apesar de não ter atuações que “apareçam para a torcida”, é peça importante no esquema do Mengãozinho e será um dos grandes responsáveis caso a equipe conquiste o título.
Marcos Paquetá: Muita velocidade rege o jogo desse bom meia esquerda da equipe da Gávea, que sabe ocupar bem os espaços e tem uma função de puxar os contra-ataques bem definida, a qual vem cumprindo muito bem. Parece bem preparado até mesmo para ser aproveitado desde já pelo técnico Muricy Ramalho.
São Paulo
Foguete: Apesar de ter caído de produção em conjunto com todo o time na eliminação para o Flamengo, vinha fazendo um bom torneio e mantendo a grande expectativa que todos possuem em seu futebol. Não a toa tendo o apelido que tem, joga com muita agudez pela lateral-direita e avança sempre com perigo pelo setor, criando invariavelmente problemas a zaga adversária.
Inácio: O mais experiente dentre os atletas do elenco no assunto Copa SP, é uma realidade que ainda atua dentre os juniores. Avança muito bem pela lateral-esquerda e marca com muita dedicação no seu setor, além de entrar com facilidade dentro da área. Facilidade para bater na bola, é o responsável por todas as bolas favoráveis a um canhoto. Pela carência do setor entre os profissionais, tem ótimas chances de ser aproveitado em breve por Bauza.
Lucas Fernandes: Quando recebeu a responsabilidade de ser o comandante do meio-campo são-paulino, em poucas vezes decepcionou. Habilidoso tanto no um contra com como também em passes precisos, pode ser extremamente bem aproveitado no elenco principal por também se tratar de um setor onde existem muitas dúvidas a serem solucionadas.
Sport
Fábio: Apesar de ser um meia, é presença constante nas proximidades da área adversária e demonstra ser o verdadeiro centro das atenções para os seus companheiros, que sempre o procuram em campo. Chuta bem de fora da área e foi um dos grandes responsáveis pela bela campanha do Leão na Copinha.
Bala: Seu apelido justifica a velocidade que imprime no ataque do rubro-negro pernambucano, altamente aproveitada com a presença de Fábio e seus passes e lançamentos precisos. Pela natural necessidade de reforçar o plantel por parte do técnico Falcão, seria um adendo interessante para o Sport, que perdeu peças importantes em comparação com o elenco de 2015.