Enquanto a Argentina segue em dificuldades econômicas que se refletem no futebol, o Estudiantes trabalha para fugir a regra. Para isso, a ideia é contar com capital estrangeiro em operação que não viole a atual regulamentação do futebol local.
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De acordo com o diário Olé, o presidente Juan Sebastián Verón se reuniu, recentemente, com o empresário norte-americano Foster Gillett para tratar do tema. Nas conversas, se fala em poderio de investimento que chegaria a 100 milhões de dólares, algo cotado em R$ 547 milhões, na atual cotação.
A quantia em questão, aliás, não serviria apenas para a contratação de reforços no elenco do Estudiantes, pelo contrário. A ideia é de distribuir esses recursos também na questão estrutural e para a montagem de equipe que Gillett tem especial interesse: o futebol feminino.
Para o referido veículo, o empresário falou abertamente sobre o tema e de como o futebol argentino lhe desperta interesse. Algo que ocorreu, pela primeira vez, quando ele e seu paí atuavam no comando do poderoso Liverpool:
“Sempre tive interesse pelo futebol argentino. Minha primeira experiência foi no Liverpool, com Javier Mascherano, que demonstrou tanto comprometimento com a causa que me chamou a atenção para o que significa ser um jogador de futebol argentino. Um guerreiro, com mentalidade incrível. Sempre me lembro de como Javier jogava em Anfield e os torcedores gritavam seu nome. Acho que, muitas vezes, você aprende mais com seus erros do que com seus acertos. Portanto, eu diria que estou pronto para aproveitar essa oportunidade e entender como ela pode se desenvolver aqui.”
Questão burocrática
A operação para que o investimento do norte-americano seja legalmente aceito no Estudiantes é ponto que ainda causa dúvidas na Argentina. Isso porque, na prática, os clubes não tem permissão para se transformarem no que conhecemos no Brasil como Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Não por acaso, além de votação para referendar o estatuto que proíbe afiliados nessas condições, a Associação do Futebol Argentino (AFA) se mostra contrária as ações do governo, na figura do presidente Javier Milei, entusiasta do modelo de gestão como clube-empresa.
Desse modo, a ideia inicial seria negociar os ativos do clube de forma que 51% da propriedade siga com controle da associação. Os demais 49% ficariam sob propriedade de Gillett e seu suntuoso investimento.