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Crônica FL: Não valeu a vaga, mas valeu E MUITO a festa

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Foto: Adrian Dennis/AFP

Termos como “O importante é competir”, “Um passo de cada vez” e muitos outros são lindos. Na utopia. No mundo imaginário onde o esporte de alto nível, por si só, se basta. Sejamos absolutamente sinceros e até, de certa forma, um pouco céticos em pensar que a visão da grande maioria vai recair sobre essa dura, porém crua, realidade.

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Conseguir imaginar que só o fato de estar em um ambiente dos sonhos como a Copa do Mundo vai “bastar”, ser suficiente para satisfazer o instinto competitivo, de querer mais, de dar passos adiante, é ingênuo. Inocente. Irreal. Será?

Seleções como Peru e Panamá viveram por muitos anos a margem do maior congraçamento de povos no mundo do futebol (P.S: Parabéns pela linda expressão, Luis Roberto). Os sul-americanos perseguiam como um prato comido há muitos anos e que o sabor já havia há tempos saído do paladar. Para os caribenhos, era apenas um boato de “Pote de arco-íris” o qual ela enxergava muito longe, mas que em 2017 lhe foi oferecido com muito custo, porém de igual mérito.

Chegada a hora da verdade, nas duas primeiras rodadas não vieram baldes de água fria, mas sim uma avalanche das mais cruéis temperaturas da Sibéria. Duas derrotas duras, doloridas, que acabaram com as possibilidades de ambos conseguirem viver por mais tempo a realidade mundialista.

Natural pensar em torcedores esmorecidos, uma festa afetada, debandada de fãs apaixonados… ledo engano. Assim como deve ser amanhã com os panamenhos diante da Tunísia, os peruanos deram show mais uma vez nas arquibancadas e foram incrivelmente recompensados.

O primeiro gol em Copas depois de um longo e tenebroso inverno veio. Assim como o segundo, assim como o triunfo. Choro. Emoção. Alegria. Euforia. Histeria. Sentimento de despedida honrosa.

E o que dizer de Felipe Baloy e o tento em meio a goleada sofrida para a Inglaterra?

Como ficar impassível perante ao choro compulsivo do experiente zagueiro no final do jogo?

Como ignorar a festa descontrolada dos torcedores que presenciaram o primeiro gol do Panamá na história da Copa do Mundo?

De que maneira desconsiderar Baloy indo aos torcedores e sendo abraçado com o carinho de súditos que acolhem um ídolo que está em estado de absoluto nirvana?

O Mundial ainda reserva diversas emoções para outros selecionados. A disputa segue. Mas, especialmente para Peru e Panamá, se não valeu a vaga, valeu E MUITO a festa.

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