Nesta semana, a Concachampions teve mais um momento decisivo na temporada. Oito equipes duelaram pelos confrontos de quartas de final. De um lado, quatro mexicanos: Querétaro, América, Santos Laguna e Tigres. No outro, quatro americanos: Los Angeles Galaxy, DC United, Seattle Sounders e Real Salt Lake.
Leia Mais: Opinião FL: Não haveria um melhor momento para Monterrey x Tigres
COLUNA FL: Bastidores da Bola, com Rodrigo Sturaro
Após oito jogos com alguns bem disputados e outros nem tanto, os times do México avançaram na competição, deixando assim, os rivais de continente de fora da semifinal e terminando com o sonho dos EUA de ver um time representando a América do Norte, no Mundial de Clubes no Japão, em dezembro.
Depois de mais uma sapatada dos times mexicanos em jogos decisivos, fica a questão do por qual motivo os americanos, que atualmente recebem uma boa quantia em dinheiro para montar elencos com jogadores experientes e conhecidos internacionalmente, não conseguem mostrar sua força na maior competição entre clubes da América Central e Norte.
Se pegarmos nos últimos 10 anos, só os clubes do México conquistaram a competição. E o mais grave deste histórico é que, somente por duas vezes os times da MLS estavam envolvidos na decisão. Vale lembrar que a última, o Montreal Impact que joga a liga norte-americana e perdeu a final do América-MEX é uma equipe do Canadá e não dos Estados Unidos.
A última decisão que teve um time da MLS de fato foi na temporada 2010-2011, quando o Real Salt Lake foi derrotado pelo Monterrey do México. No jogo da ida, um empate por 2 a 2 e na volta vitória dos mexicanos por 1 a 0.
A questão dos times da MLS não conseguirem bater seus rivais deve-se ao fato do projeto da liga estar em fase inicial. Não é de uma hora para outra que os norte-americanos, com os cofres cheios de dinheiro vão conseguir resolver todos os problemas e derrotar os adversários.
O que está sendo construído na MLS é algo de devemos valorizar, aprender e torcer para dar certo. Diferentemente da China, o nível de futebol nos Estados Unidos é muito diferente do que é disputado na Ásia. Apesar das piadas que sempre escutamos de “jornalistas brasileiros desinformados”, na terra do Tio Sam, o Pato Donald e o Mickey não entram em campo. O futebol conta com bons talentos americanos e alguns jogadores que perderam espaço na Europa e hoje brilham na América, como, por exemplo, Sebastian Giovinco, do Toronto FC.
Os clubes da MLS precisam continuar investindo e se aprimorando cada vez mais. Vale lembrar, que a exposição dos times americanos na mídia internacional é maior que as equipes brasileiras, argentinas e dos outros países sul-americanos. Afinal, os norte-americanos sempre estão enfrentando times do Velho Continente em amistosos de pré-temporada, diferentemente do restante da América, que só joga na final do Mundial de Clubes, o que nos últimos anos tem sido uma dor de cabeça aos latinos devido as constantes derrotas.