*Por Mônica Alvernaz – Colaboradora do Futebol Latino
Hoje aposentado, Ivan Soter é referência na história do futebol, principalmente no que diz respeito à seleção brasileira, por suas obras publicadas. Seu livro “As Seleções Brasileiras de Futebol” é parada obrigatória para aqueles que amam o futebol. As duas edições de mesmo título são reconhecidas na área por serem grandes obras sobre o tema, onde ambas são recheadas de informações sobre jogadores, partidas importantes e o ambiente como um todo desse esporte que é paixão nacional. O autor, que tem outros títulos importantes publicados sobre o tema como “Quando a bola era redonda” e “Polêmica: o sabor agridoce do futebol” lançou neste sábado (19) no Rio de Janeiro a obra “Enciclopédia da Seleção – 100 anos da Seleção Brasileira de Futebol (1914 – 2014)”. À exemplo das outras duas enciclopédias lançadas anteriormente, o livro aborda curiosidades e acontecimentos envolvendo a seleção canarinho e tem como diferencial o marco de 100 anos de análise da história da seleção.
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O Futebol Latino esteve presente no lançamento e conversou um pouco com o autor sobre o novo livro, obras anteriores e a opinião dele sobre as seleções desde 1914 até a atual.
FL: Qual a primeira memória do futebol em sua vida?
Ivan Soter: Desde pequeno sempre acompanhei o clube pelo qual torço, mas em relação à seleção brasileira (tema do livro lançado), a primeira lembrança é de Brasil x Uruguai, pela Copa Rio Branco em 1948.
FL: Como você começou a escrever sobre o tema?
Ivan Soter: Posso dizer que comecei mais ou menos quando recebi um boletim da CBB em 1970 da copa do mundo, que faltavam algumas abnegações, achei aquilo interessante. Depois eu ganhei o meu amigo Jocelyn Brasil, importante, foi essa pessoa, conhecido como Pedro Zamora, foi ele que me entusiasmou a escrever. Mas só pude começar a escrever mesmo quando me aposentei, pois trabalhando não tinha tempo de me dedicar a isso. O Jocely me deu um livro sobre e dar alguns livros de estatísticas do futebol, eu acho interessante, escrevia um pouco mas me dedicar mesmo a escrever só depois que me aposentei. Foi aí que saiu a minha primeira enciclopédia em 1995.
FL: Em relação ao seu livro “Quando a bola era redonda”, você acredita que ele mostra mais seu lado torcedor? A escolha dos grandes jogadores que marcaram época foi feita de forma mais passional ou analisando o lado mais técnico?
Ivan Soter: Eu gosto muito desse livro, mas procuro disfarçar meu lado torcedor quando escrevo, porque se for escrever sobre meu clube eu serei totalmente parcial. A escolha dos grandes jogadores para o livro dos grandes jogadores foi feita de forma mais sentimental mesmo.
FL: Em relação ao seu livro “Polêmicas: o sabor agridoce do futebol”, o título foi escolhido pensando nesse tempero especial que as polêmicas trazem ao futebol, ao alimentar as rivalidades e tudo mais?
Ivan Soter: Tem isso realmente de aumentar as rivalidades, mas no livro eu foco mais em outro tipo de polêmica. Abordo sobre as distorções de estatísticas da CBF, por exemplo. Ou então discussões que a gente tinha em reuniões promovidas por um inglês chamado Adam Hamilton e aí ele conseguia reunir a gente Evaristo, Orlando Peçanha, Roberta Assaf e isso era um negócio interessante porque aí surgiam discussões ali, que eram as polêmicas que apareciam.
FL: Sobre o livro que você está lançando hoje, qual a seleção você elege como a melhor e a pior do período relatado no livro?
Ivan Soter: Das que eu vi a atual foi a pior seleção que eu vi jogar, foi ruim mesmo. Em relação a melhor, a de 58 com Garrincha e Pelé é imbatível.
FL: A gente pode esperar uma nova atualização da enciclopédia dentro de 10 ou 15 anos?
Ivan Soter: Não não. Acabou! Esse livro foi a última vez que escrevi sobre futebol.