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A História da Libertadores contada pelos estádios

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Foto: Reprodução/Site Estadio Centenario

*Colaboração Especial para o Futebol Latino – Andrei Dias

Que a Taça Libertadores da América é a competição mais importante do continente e é a menina dos olhos dos clubes brasileiros, todos sabem. Também é notável que seu nome se difere dos tradicionais “Ligas dos Campeões” da UEFA, da Ásia e da Concacaf. A competição possui esse nome para homenagear as grandes figuras que lutaram pela independência dos países da região frente à Espanha, no começo do século XIX, que ficaram conhecidos como “Libertadores”.

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Essa tradição de homenagear períodos e figuras históricas importantes não é estrita apenas ao nome da competição. Muitos clubes também buscam o resgate e a memória de figuras e fatos históricos importantes para seus respectivos países e regiões, mesmo que não haja ligação direta com a história do clube em questão.

Alguns clubes tornam as homenagens ou origens já explicitas em seus nomes, como Bolívar-BOL e Melgar-PER, mas é no nome dos estádios que a história da América do Sul (e do México) está contada. Para mostrar que Libertadores (e futebol!) também é cultura, o Futebol Latino faz uma passagem rápida pelos nomes mais importantes imortalizados nos estádios onde a pelota já rolou pela Libertadores 2016.

Estádio Centenário (Peñarol-URU)

O Estádio Centenário, em Montevidéu, foi construído para a Copa do Mundo de 1930. O nome é uma homenagem ao centenário da Primeira Constituição Uruguaia, promulgada em 1830. Na ocasião da Independência do Brasil, a região que compreende o Uruguai pertencia ao território brasileiro como a Província Cisplatina, embora fosse muito mais identificada culturalmente com as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). Após uma guerra de aproximadamente três anos (1825-1828), em que uruguaios e argentinos lutaram contra o Império Brasileiro, a solução foi o Tratado de Montevidéu, que reconhecia a Independência do Uruguai, que não ficaria nem para o Brasil, nem para a Argentina. Dois anos depois, os uruguaios tiveram sua primeira Constituição, homenageada pelo imponente e temido estádio.

Estádio Atanasio Girardot (Atlético Nacional-COL)

Filho de um francês radicado em Bogotá, Atanasio Girardot (1791-1813) completa seus estudos em 1810, quando se tornou tenente das forças armadas. Logo em seguida se filiou a luta independentista, se destacando na Batalha de Bajo Palacé, em 1811, quando libertou a cidade de Popayán. Uma das façanhas lendárias de Girardot no período foi quando defendeu uma ponte sobre o rio Palacé com apenas 75 homens, contra uma força de 700 homens dos realistas. Após uma divergência com os independentistas colombianos que estavam no poder, Girardot se uniu a Simón Bolivar na chamada Campanha Admirável na Venezuela, onde se tornou um de seus homens de confiança. Contudo, Girardot – Um dos Libertadores da América – vem a falecer em batalha, após ser baleado ao tentar hastear uma bandeira no topo de uma altitude conquistada.

Estádio Presidente Perón (Racing Club-ARG)

Juan Domingo Perón (1895-1974) foi, sem dúvidas, a figura mais importante da política argentina no século XX e quiçá de toda a história do país, sendo Presidente da República por duas vezes (1946-1952 e 1973-1974) e, claro, grande torcedor do Racing. Suas políticas deram origem ao Peronismo, ideologia populista, trabalhista e nacionalista, que encontra algumas semelhanças com o governo Vargas, no Brasil, e Cardenas, no México. Também ficou muito conhecido pela atuação política e influência que suas esposas, Evita e Isabelita, tinham sobre a população argentina, a segunda chegou inclusive a sucedê-lo na presidência após sua morte. Apesar de mais de 40 anos terem se passado de sua morte, as forças peronistas ainda são muito presentes na Argentina, encontrando espaço tanto no campo político da direita, quanto na esquerda, e influenciando líderes como Carlos Menem e Cristina Kirchner.

Estádio Defensores del Chaco (Cerro Porteño-PAR)

A zona do Chaco Boreal, localizada na margem direita do Rio Paraguai, era uma zona que estava em litígio entre Paraguai e Bolívia. A descoberta de petróleo no sopé dos Andes e o acesso ao mar via Rio Paraguai, para a Bolívia, fizeram com que a tensão crescesse na região durante os anos 30, e uma guerra eclodiu em 1932. Os bolivianos, com um exército mais defasado e dificuldades logisticas para acessar as zonas de conflito, perdem para os paraguaios liderados pelo Marechal José Felix Estigarribia, em 1935, encerrando assim o maior conflito bélico da América do Sul no século XX. E o Estádio? O local foi utilizado para recrutar soldados para os combates e por isso foi rebatizado, em 1974, para Estadio Defensores Del Chaco.

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