*Por Mônica Alvernaz – Colaboradora do Futebol Latino
Para milhões de pessoas, 3 de março não é apenas mais um dia do ano. Nesse dia, no ano de 1953, nascia em Quintino, subúrbio do Rio de Janeiro, um garotinho de família humilde, que foi batizado como Arthur Antunes Coimbra, mas é conhecido mundialmente como Zico. Com um corpo franzino, o garoto logo recebeu um apelido que o acompanharia por toda vida: Galinho de Quintino. Aos 14 anos, Zico entrou na escolinha do Flamengo e começou uma bela e longa trajetória no clube da Gávea.
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Em 1974, o Galinho chegava à equipe profissional do Flamengo para eternizar a camisa 10 do clube de maior torcida no Brasil. Dois anos mais tarde, começou o que se chamou de “Era Zico” e, com ela, uma sucessão de conquistas rubro-negras com um time que, até hoje, é lembrado por milhões de rubro-negros.
Com a camisa 10 rubro-negra Zico conquistou os títulos brasileiros de 80, 82, 83 e 87. O Galinho ainda foi um dos grandes responsáveis pela conquista da Copa Libertadores em 1981, além do título do Mundial naquele mesmo ano. Títulos que são lembrados até hoje pela nação rubro-negra, desde as conversas em mesas de bar às letras das músicas que são cantadas a plenos pulmões nos estádios.
Pela seleção brasileira, Zico disputou as Copas do Mundo de 78, 82 e 86, mas em nenhuma das oportunidades conseguiu ser campeão. Mas isso não costuma ser lamento para aqueles que admiram sua trajetória. Como disse uma vez Fernando Calazans: “Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa”, ideia que é compartilhada por muitos rubro-negros ao redor do mundo.
Além do Flamengo, Zico vestiu a camisa da Udinese, na Itália, onde conquistou o título do Torneio Quadrangular em 1983 e do Kashima Antlers, no Japão. O Galinho ficou de 1991 a 1994 na equipe japonesa, por onde conquistou 4 títulos e era chamado de “Shamá”, que significa divino no idioma oriental. Em frente ao estádio do Kashima, uma estátua de Zico representa a idolatria da torcida japonesa por ele.
Zico retornou ao Japão anos mais tarde, dessa vez como treinador da seleção local e, embora não tenha conquistado títulos, o carinho do povo japonês por ele era visível a cada partida. Como treinador, o Galinho ainda comandou a seleção iraquiana e o clubes Fenerbahce, Bunyodkor, CSKA, Olimpiakos, Al-Gharafa e, mais recentemente, o indiano Goa.
A história de Zico junto ao Flamengo ainda passou por uma outra etapa, quando o Galinho foi diretor executivo do clube em 2010. No entanto, discordâncias com a diretoria que comandava o clube na ocasião, acabaram por encurtar a permanência de Zico na nova função e o Galinho deixou o clube após 5 meses no cargo.
Atualmente, Zico trabalha como comentarista por uma emissora de televisão e realiza anualmente o jogo das estrelas, onde reúne amigos famosos, ex-jogadores e atletas ainda em atuação para uma partida beneficente.
5 Momentos Marcantes da carreira de Zico
Em comemoração aos 63 anos do Galinho de Quitino, o Futebol Latino reuniu 5 momentos marcantes da brilhante carreira do eterno camisa 10 da Gávea:
Gol contra o Atlético-MG no 1º título brasileiro do Flamengo
Após perder a primeira partida por 1×0, o Flamengo ganhou o jogo de volta poe 3×2, diante de um maracanã com mais de 150 mil pessoas. O Galinho deixou o dele e marcou o segundo gol na vitória rubro-negra.
Dois gol sobre o Cobreloa no título da Libertadores
Após jogo marcado pela violência, que terminou com vitória do time chileno, Zico foi decisivo na derradeira partida. Os dois gols do Galinho garantiram o título da Libertadores de 81 para o Flamengo, que carimbou o passaporte para a disputa do Mundial daquele ano.
Conquista do Mundial de Clubes 1981
Embora não tenha deixado sua marca na partida final contra o Liverpool, o Galinho foi essencial para a chegada da equipe até ali e a série de conquistas que marcaram a fase de ouro do rubro-negro da Gávea.
Última partida como jogador profissional
2 de dezembro de 1989 foi um de tristeza para milhões de fãs do Galinho. Nesse dia, Zico fez sua última partida oficial como jogador. O confronto, contra o Fluminense, terminou com vitória de 5×0 para a equipe rubro-negra e Zico deixou o dele ao abrir o placar. A partida aconteceu no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora. 25 anos mais tarde, Zico relembrou a data em partida amistosa no mesmo local.
1ª Copa do Mundo como treinador
Para selar a história de idolatria que tem com o povo japonês, Zico comandou a seleção oriental na Copa da Alemanha em 2006. Na ocasião, a seleção japonesa caiu na primeira fase, mas a relação de amor do povo japonês com Zico continua até hoje.