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Técnico uruguaio revela que “chorar em casa” ajuda a superar tragédia

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Foto: Maílson Santana/Fluminense

Mesmo dentro de campo o placar entre Fluminense e Portuguesa da Ilha não tendo sido de triunfo no Campeonato Carioca Sub-20 (empate em 1 a 1), o dia teve um integrante do Tricolor Carioca saindo vitorioso: O técnico Léo Percovich. Depois de mais de um mês após o acidente automobilístico ocorrido na BR-040, ele ao poucos tenta retomar sua carreira profissional.

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Em uma emocionante entrevista que concedeu ao jornal O Globo, Léo deixou claro que a ferida de ter perdido duas filhas ainda está aberta, mas que ele tenta gradativamente colocar seu foco em outros aspectos de sua vida.

Além desse ponto, o técnico da base do Flu revela que o pranto corriqueiramente vindo quando está em casa tem o ajudado a lidar melhor com o atual cenário:

“Na medida em que vou me reestruturando e reorganizando meu dia a dia, vu voltar a ser um treinador melhor e estarei em harmonia com o meu trabalho. Chorar em casa me alivia. Dá uma visão mais profunda no dia seguinte, quando volto aqui com outra energia. Acho que é algo recarregável. A mesma energia que você perde, reencontra na sua casa, no seu pensamento e no trabalho.”

Elemento que o motiva a tentar superar da melhor maneira suas perdas, o uruguaio de 49 anos de idade coloca seu filho ainda vivo (tanto ele como a mulher, Juliana, estavam também no veículo acidentado) como “merecedor” de um pai mais feliz e que consiga transmitir os melhores pensamentos e sentimentos possíveis.

“A ida das minhas filhas terá sido em vão se eu continuar sofrendo. E meu filho merece ser feliz. Para isso, tem que ver os pais felizes e fortes. Apesar de me sentir vazio por dentro, é isso que procuro fazer: me encher outra vez daquela alegria e amor e passar tudo para eles. Estou dando tudo o que tenho, mas sentindo que ainda é pouco. Preciso aprofundar mais”, relatou Percovich.

Além de conversar com o técnico da equipe profissional, Abel Braga, que também teve a perda de seu filho em 2017 vítima de um acidente doméstico, Léo Percovich afirma que recorreu ao kardecismo, terapias de regressão e até mesmo uma mensagem de suas filhas para seguir em frente:

“Quando aconteceu tudo, que eu estava lá e não tinha mais minhas filhas, pensei: “Eu era tão feliz morando na Inglaterra, percorrendo o mundo inteiro, o que vim fazer aqui? Mas aí vão passando os dias e você começa a ter uma dimensão maior. Começa a entender que, se voltar agora, tudo terá sido em vão. Não posso recuar agora. Tenho uma carta das minhas filhas na qual dizem que gostariam que eu fosse o melhor treinador. Antes de vir ao Brasil, as fiz entender que o “Papi” estava começando uma carreira nova. Vou continuar para honrar o que prometi. Estou correndo atrás do meu sonho e tenho que entender que nada disso foi em vão.”

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