Na última sexta-feira (8), a FIFA emitiu um comunicado onde autorizou a aplicação de cinco substituições nas competições ao redor do globo. Ideia essa que, apesar da intenção de minimizar o impacto físico para as equipes que terão um calendário mais “apertado”, não agradou o técnico do Boca Juniors, Miguel Ángel Russo.
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Em entrevista que deu ao portal Olé, o treinador pontuou que esse tipo de manobra faz com que o esporte perca a sua essência, principalmente, no favorecimento a clubes com maior investimento e que tenham, consequentemente, planteis mais numerosos.
“Para mim, me parece que desnaturaliza o jogo e que também se perde a forma. A experiência que temos nesse sentido são as partidas amistosas. Sabemos que os níveis se igualam até que começam as substituições. E aí é outra coisa. Isso seria parecido. E, em um torneio oficial, se perderia a essência do futebol. Não estou de acordo pelo formato. Se desvirtua o jogo. E será mais difícil se a ideia é recuperar ritmo o mais rápido possível. No princípio, isso vai custar muito. Pretender que a sua equipe volte nos níveis que tínhamos no começo, seria uma exigência fora do normal. Isso do menor para o maior. Mas assim, com tantas mudanças, seria mais complexo ainda”, entende o treinador do clube Azul y Oro.
“Indubitavelmente, (prejudicará) a quem tem menos plantel. Porque veem reduzidas a sua estrutura. Estão em desvantagem. (E beneficia) aos que mais tem. As equipes mais poderosas tem mais vantagem, porque teriam mais recursos para mudar uma partida. Por isso digo que não estou de acordo mesmo estando no posto de técnico do Boca, quando poderia ter outro tipo de preferência”, agregou.
O treinador ainda pontuou que, no cenário do futebol sul-americano (usando como exemplo o panorama do que ocorre na Colômbia), esse tipo de medida se torna ainda mais desigual:
“Com tantas variantes, na América do Sul, se mudam as formas, os conceitos. Na Colômbia, por exemplo, constroem plantel de 16 jogadores. As mudanças assim, tão abruptas, são difíceis de implementar se não houver um processo de análise, de estudo.”
