Serginho dá entrevista pela primeira vez falando sobre caso de racismo

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Foto: Rodney Costa/Gazeta Press

Em declaração dada a imprensa nessa quinta-feira (21), o meia atacante do Jorge Wilstermann, Serginho, falou pela primeira vez sobre o ato de racismo que sofreu no último final de semana em jogo do Apertura na Bolívia frente ao Blooming.

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Para ele, além de naturalmente ter se sentido muito mal com as ofensas em si, o que mais o chateou naquele momento foi saber que seus familiares também tiveram de assistir seu sofrimento:

“Me chamaram de macaco, que tinha de voltar para a selva. Eu tenho família, filhos. A verdade é que nós suportamos muitas coisas. Eu suportei até onde consegui suportar, pois isso não é algo do futebol. Todos somos iguais, não sou diferente por minha cor de pele ou ser brasileiro. Temos apenas uma raça que é a raça humana. Eu nunca na minha vida tinha passado por isso.”

Serginho ainda relembrou o mesmo tipo de lamentável situação envolvendo o Blooming em 2016 onde o atual técnico da equipe, Erwin Sánchez, teria sido gravado proferindo ofensas racistas contra ele. Fazendo o adendo de que sua família está tão triste ao ponto de, nesse momento, não querer mais ficar na Bolívia.

De sua parte, apesar de visivelmente abatido, o jogador de 34 anos de idade garante que continuará no Aviador unicamente pelo amor e gratidão que possui pela equipe de Cochabamba.

“Minha família em casa, meus filhos, só conseguiam chorar o tempo todo. Tenho um filho de 11 anos e uma filha de 10 que só choravam porque estavam assistindo a partida e sabiam o que estava acontecendo. Quando afeta ao homem nós suportamos, mas quando afeta a nossa família é algo a se repensar (sobre permanência). Eu falei com o corpo diretivo e a verdade é que a minha família quer ir embora da Bolívia, não quer mais ficar”, mencionou Serginho.

“Eu não tenho nada a esconder, eu vou ficar porque amo esse clube. Não tenho que fazer média com ninguém. Desde quando cheguei aqui, o clube, a torcida, meus companheiros sempre me apoiaram, nunca me abandonaram em nenhum momento. Desde quando aconteceu o episódio em 2016 com o Blooming e depois contra o Destroyers eles nunca me abandonaram. Então não será por isso que irei embora”, finalizou o atleta brasileiro.

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