Em 2012, um jovem brasileiro de 20 anos de idade formado no São Paulo, porém com seus momentos mais notórios como profissional no Brasil vividos no Internacional, foi parar em Stamford Bridge, na capital da Inglaterra. E, logo de cara, já gerava imensa expectativa com seu futebol.
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“Ele é um jogador fantástico, um dos mais jovens a chegar à Seleção Brasileira”, disse o técnico do Chelsea, Roberto Di Matteo à época. “Ele vai dar muitas opções e soluções para nós no meio-campo.”
O homem em questão era, claro, Oscar. Ele estava se destacando no cenário mundial como parte integrante da Seleção nas Olimpíadas de 2012 e,
poucos dias depois de assinar com o Chelsea, fez seu primeiro gol contra a Bielorrússia, em Old Trafford, onde certamente deixou os torcedores dos Blues empolgados com o jovem talento brasileiro.
Apesar de gastar um valor de cerca de 25 milhões de dólares (cotados na época a quase R$ 51 milhões ) para contratar Oscar, ele foi visto por muitos apenas como um aumento na briga por posição com as chegadas de Éden Hazard e Marko Marin. Porém, quando ele chegou a Stamford Bridge após as Olimpíadas, ficou claro que Oscar não estava lá para “fazer número”.
Ele foi imediatamente um sucesso e, regularmente, aparecia no time titular do Chelsea. Acumulou a titularidade em 34 dos 38 jogos do Blues na temporada da
Premier League. Na verdade, o mencionado Marin raramente olhava para ele em pé de igualdade. Foram apenas seis jogos sem brilho no Chelsea do alemão naquela temporada.
Em quase quatro temporadas e meia em Stamford Bridge, Oscar teve que lidar com a dança das cadeiras dos técnicos. Di Matteo foi demitido em novembro, com o ex-técnico do Liverpool, Rafael Benítez, assumindo o comando até o final da temporada. José Mourinho voltou por 18 meses, antes da segunda passagem de
Guus Hiddink pelo clube. Por fim, Antonio Conte era o homem responsável quando Oscar finalmente partiu para a China em janeiro de 2017.
Demissões e trocas de treinadores à parte, o meio-campista teve seu sucesso no clube de Londres. Nesse período, os Blues sempre foram uma aposta esportiva
confiável e é o orgulhoso dono de duas taças da Premier League, uma Copa da Liga e uma comemoração na Liga Europa.
Houve tristeza e confusão entre os torcedores em Stamford Bridge quando foi revelado que Oscar partiria para a China em dezembro de 2016. O brasileiro tinha
apenas 25 anos de idade mas, na época, as equipes da Superliga Chinesa estavam gastando muito dinheiro com os jogadores.
Para se ter uma ideia, o Shanghai SIPG desembolsou US$ 60 milhões (equivalente a R$ 196,3 milhões na oportunidade) por Oscar e concordou em pagar a ele enormes 400 mil dólares (R$ 1,3 milhão) por semana. Na época, era o sétimo maior salário da história do futebol, não deixando dúvidas de que o dinheiro envolvido era muito para ser rejeitado por Oscar.
Hoje em dia, Oscar ainda está curtindo seu futebol em Xangai. Mas, para ele, ainda há esperança de retornar ao Chelsea um dia.
“Gostaria de voltar ao Chelsea. Lá construí uma bela história e fui para a Premier League muito jovem, numa época em que os torcedores não confiavam muito nos jogadores brasileiros”, ele disse. “Vou estar um pouco mais velho quando tentar essa transferência de novo, mas, como estou jogando muito bem, com boas estatísticas, sinto que ainda há um lugar para mim no Chelsea.”
No entanto, é difícil ver um futuro para Oscar no Chelsea. O clube tem uma política rígida quando se trata de contratar jogadores com mais de 30 anos e, certamente, não vai pagar a ele nada perto de seu salário atual. O padrão do futebol chinês também será um fator importante onde, para voltar à intensidade da Premier League, demandaria um considerável processo de readaptação.