A fragilidade da organização administrativa dos clubes na América Latina, principalmente em momentos de crise, se torna adversário tão (ou mais) duro do que a crise econômica em si. Como, por exemplo, pode ser pontuada a situação do General Díaz.
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Mesmo o time atuando na primeira divisão do futebol paraguaio, a equipe radicada na cidade de Luque (a mesma onde fica a sede da Conmebol) vive uma profunda ausência de receitas. Ao ponto de, segundo o portal local ABC Color, não arcar com os salários dos atletas desde novembro de 2019.
Dentro desse ambiente onde muitos se concentram unicamente na atuação como atleta profissional, algo necessário pelo nível de competitividade, o improviso se fez necessário e o meia de 31 anos, Marcos Gamarra, teve de atuar em funções bem diferentes do mundo esportivo.
Além da área da construção civil atuando como pedreiro, Gamarra revelou a rádio ABC Cardinal que vende cerca de 100 empanadas por dia como outra forma de complementar a renda:
“Vendo cem empanadas por dia. Jogar futebol não vai me impedir de fazer isso. Vou seguir com isso enquanto puder. E, no dia que eu não estiver mais, estará a família.”
Apesar de nesse momento viver situação menos desconfortável, o nível de necessidade de Gamarra já foi bastante intenso em meio a pausa das competições. Ao ponto de depender, inclusive, de doações financeiras e de cestas básicas por parte de atletas do Cerro Porteño e do Nacional, de Assunção.
Enquanto o General Díaz não consegue se organizar para quitar os atrasados, uma ajuda vinda diretamente da Associação Paraguaia de Futebol (APF) veio como algo importante para Marcos Gamarra e outros tantos nomes com problemas de salários atrasados.
Isso porque, após receber do programa Evolução da Conmebol uma quantia total não divulgada, a entidade máxima do futebol no Paraguai destinou ao clube luquenho 300 milhões de guaranís (R$ 263,7 mil) para a quitação de dívidas salariais.