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Sem jogos, futebol latino-americano precisou se reinventar durante pandemia

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Foto: iStock

*Por Equipe Conversion

O futebol representa um momento de fortes emoções aos torcedores e jogadores em qualquer lugar do mundo. Especialmente na América Latina, a cultura em torno do esporte é uma das mais fortalecidas do mundo, com o amor ao time do coração igualado ao da família. Em anos comuns, os calendários são seguidos à risca e as únicas preocupações são em relação às lesões ou suspensões que tiram os atletas de decisões importantes. Em 2020, entretanto, o futebol latino-americano precisou se reinventar enquanto esteve fora dos gramados.

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“A pandemia fez a gente se reinventar. Nas seleções nacionais, foram organizadas concentrações virtuais com as equipes juvenis, o que permite aos treinadores não perder o contato com o jogador”, disse o secretário-geral da Federação Mexicana de Futebol (Femextfut), Íñigo Riestra.

Em sua fala, Riesta descreve a pandemia como um momento de crise e pontuou a necessidade de uma reinvenção dos clubes latino-americanos. Durante uma mesa-redonda, no fórum virtual Soccerex Connected, ele também admitiu que a pandemia tirou 50% da renda da federação.

No evento, os integrantes da mesa-redonda comprovaram as tentativas criativas para manter a população interessada no esporte e nos clubes, mesmo que as competições estivessem paralisadas. Para Juan Fernando Mejía, integrante da Federação Colombiana de Futebol (FCF), as crises trazem oportunidades de reflexão e, para o futebol latino, uma delas é “reinventar o sistema salarial e a estrutura de renda”, especialmente por conta dos seis meses parado, redução das receitas com patrocínios e ganhos com competições.

“Com a pandemia, temos a oportunidade de inscrever mais jogadores, até 50, segundo a Conmebol, o que abre o caminho para que os jovens se tornem profissionais em menos tempo. Para a Colômbia, que é um país exportador, esta é, sem dúvida, uma oportunidade”, analisou.

Outro ponto importante sobre o futebol latino-americano trata-se do condicionamento físico dos atletas que, em casa, precisaram seguir com treinamentos, de maneira improvisada ou em suas academias particulares. Apesar disso, como a intensidade dos treinamentos era menor, muitos precisaram complementar os feitos com a ingestão de suplementos.

A retomada do esporte em alguns países, como o Brasil, mostrou a disparidade da força muscular entre atletas de clubes com maior estrutura e os que recebem menores investimentos.

Valorização da base

Historicamente, a América do Sul é o continente que revela os grandes craques do futebol. Nos últimos anos, contudo, os clubes europeus têm comprado os atletas cada vez mais cedo e o clube formador não recebe os devidos créditos. Por conta disso, durante a pandemia e aproveitando a possibilidade de inscrever mais jogadores nos torneios, os clubes promoveram a valorização da base, levando os jovens às competições profissionais.

“Muitos jogadores chegam à Europa e existem mecanismos para melhorar a defesa dos direitos dos clubes formadores. Existem mecanismos de solidariedade de 5%, mas eles têm deficiências. No nível da Fifa e da Conmebol, temos que nos posicionar com firmeza em defesa deste patrimônio do futebol sul-americano, que é a formação de jogadores”, argumentou o presidente da Universidad Católica, Juan Tagle.

Futebol feminino

Durante o evento, os dois representantes das federações também apontaram mudanças e melhorias importantes para o futebol latino-americano feminino e a criação de um sistema de formação de jogadoras, como existe no masculino com categorias desde o Sub-8, por exemplo.

“É um compromisso que lançamos há algum tempo, com a liga profissional, as equipes estão dando resultados, conseguimos um vice-campeonato mundial sub-17 e as meninas ainda estão fazendo um ótimo trabalho. O compromisso é de 100%, e se tivermos que injetar mais recursos, isso será feito”, ratificou Riestra.

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