*Alex Dias de Souza
O reinício dos jogos do Campeonato Argentino está programado para hoje. Sem chegar a um acordo financeiro com a AFA, os jogadores do futebol argentino decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
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Em reunião, dirigentes definem o futuro do futebol na Argentina
De acordo com o diário Olé, os atletas ficaram reunidos na noite de ontem por mais de duas horas e mesmo com a determinação do Ministério do Trabalho, decidiram manter a paralisação que tem como objetivo buscar melhores condições para o futebol argentino.
O fim do Futebol Para Todos, programa criado pelo Governo argentino da gestão Kirchner, que transmitia jogos do campeonato local, acabou oficialmente no início deste ano. Mesmo com a recisão, ficou acertado que os clubes irão receber 350 milhões de pesos do Governo que serão divididos em diferentes percentagens entre clubes.
Ontem pela manhã, o governo enviou o dinheiro, e mesmo com toda a documentação, a divisão da verba entre os clubes segue sendo discutida e ainda está longe de um acordo. Isso porque, Sergio Marchi, principal lider do movimento alega que o dinheiro não será suficiente para pagar a dívida com os jogadores.
“Estamos exigindo isso desde o dia 3 de janeiro, e mesmo assim os dirigentes dos clubes devedores se mostraram indiferentes. Nossa situação é pior agora do que antes”, afirmou Marchi.
Para evitar a paralisação, os clubes cogitam utilizar os jogadores da base. Além disso, a AFA promete punir aqueles clubes que se recusarem a entrar em campo. Durante a entrevista Marchi comentou a postura da entidade.
“ Seria um passo para trás usar a categoria de base neste caso. É algo do passado. Não estamos pedindo nenhum aumento ou bônus, estamos apenas exigindo que os salários dos jogadores sejam depositados. A AFA tem que cuidar para que os clubes sigam corretamente o regulamento que não é aplicado. Isso favorece os devedores e os gastos continuam”, falou em entrevista.
A decisão do Ministério do Trabalho e a ameaça de punição da AFA são fatores que não intimidam.
“Isso foi algo levantado no dia 20 de dezembro e 03 de janeiro. Desde aquela época eles falam a mesma coisa. Isso vai durar até o pagamento da dívida. Eu não entedo a gestão da AFA. Temos tido muita paciência e neste caso fica parecendo que a vítima é o algoz. Estou do lado dos jogadores e apoio a sua reivindicação. Não terá futebol. Vamos mostrar a documentação para o Ministério do Trabalho demonstrando individualmente a situação financeira e as dívidas de todos os clubes. O Ministério deve garantir o salário dos jogadores e não o atraso. Deveriam punir aqueles que não cumprem os contratos”, finalizou