*Por Tiago Emanuel
Em treino preparatório para as Eliminatórias Sul-Americanas realizado na última segunda-feira, em Montevidéu, os atletas da celeste não exibiram nenhum dos patrocinadores comerciais, exceto o da fornecedora de material esportivo. O local onde ocorreu a entrevista à imprensa também não continha anúncios publicitários. O protesto dos atletas vem no momento em que proíbem a exploração de seus direitos de imagem pela AUF, sendo parte da retaliação às interferências da empresa Tenfield no futebol local.
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A empresa tem o poder de negociar o contrato de exploração comercial da seleção charrua e do campeonato uruguaio, mas os atletas locais acham o valor muito menor do que o futebol uruguaio merece, além de criticarem a intermediação. O contrato vigente desde 2007, quando a Tenfield fechou com a Puma, estabeleceu U$750 mil como pagamento anual. Nos últimos meses, diversos atletas uruguaios de renome conseguiram uma proposta comercial da Nike com cifras 5 vezes maiores (U$3,5 milhões/ano) que a negociada pela Tenfield, mas viu a Puma igualar a oferta pelos direitos comerciais.
A alternativa, segundo os atletas uruguaios, é protestar exigindo a não utilização de seus direitos de imagem. A acusação é que o contrato entre a Tenfield e a AUF não foi assinado por nenhum atleta, e que o direito de imagem é individual, devendo ser negociado com cada jogador.
Diego Godin, zagueiro do Atlético de Madrid, e seus capitaneados exigem em comunicado público que a AUF negocie seus direitos comerciais diretamente com as patrocinadoras esportivas e deixem de lado os intermediários. Parte do comunicado diz: “este grupo de jogadores não vai mais tolerar que se continuem vendendo o que faz parte do patrimônio da seleção a nenhum intermediário, para que depois este especule-o [no mercado], ficando com os benefícios em suas mãos e não nas do futebol uruguaio”.
