Hoje brilhando no Everton e sendo nome constante na Seleção Brasileira, o atacante brasileiro Richarlison foi o personagem que deu seu testemunho em um longo, porém bonito texto reflexivo publicado no portal The Players Tribune.
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Segundo relatou o atacante de 23 anos de idade, uma história marcante em sua memória a qual ele considera como verdadeiro “combustível” para que ele fizesse o bem sucedido teste no América-MG, clube no qual ele apareceu para o grande público, envolve uma visita a seu pai, Antônio.
Na época, seu pai vivia separado da mãe do jogador e passava por um momento difícil, inspirando Richarlison a ir visitá-lo para que pudessem pescar e se distrair. Porém, também foi nesse dia que uma humilhação passada por um dos grandes incentivadores da sua carreira onde ele mudou de estágio no seu sonho de virar jogador profissional para algo não apenas possível como também necessário.
Confira o relato feito pelo atleta em trecho de carta ao The Players Tribune
Quando eu tinha 17 anos, fui visitar o meu pai no fim de semana com os meus dois irmãos e primos. O meu pai, Antônio, estava passando por um momento difícil. Ele estava separado da minha mãe, Vera Lucia, há 10 anos, e vivia sozinho na fazenda. Mas o pior é que estava sofrendo de depressão. (…) Enquanto estávamos lá, meus primos e eu pegamos nossas varas de pescar e fomos às três represas próximas da casa. Acho que elas estavam no mesmo terreno, porque o dono tinha dito que só podíamos pescar em duas delas. Na terceira era proibido. Passamos o dia inteiro tentando pescar algo nas duas represas, mas, claro, não pegamos nada. Não estávamos nem aí. Só queríamos curtir o dia juntos. Mas no caminho de volta para casa, passamos pela represa proibida. Olhamos um para o outro. Olhamos para a represa. Ninguém parecia estar por perto. Ainda tínhamos isca no anzol… Joguei o anzol na água, não sei o que me deu. Dois segundos depois… Um peixe mordeu a isca! Até hoje não sei explicar por que eu fiz aquilo. Em todo caso, o dono do terreno me viu fazendo o que não podia. Ele ficou bravo, gritou e humilhou o meu pai na frente de todo mundo, dizendo que poderia expulsá-lo da casa a hora que ele quisesse. Era a última coisa que o meu pai precisava. Ele se sentiu completamente humilhado. Naquele momento, algo passou pela minha cabeça. Lembro de falar para o meu tio Elton: “Vou fazer de tudo para conseguir um contrato no América-MG. Preciso tirar o meu pai dessa situação”. Antes daquilo, ajudar a minha família por meio do futebol era uma ideia. Depois, virou obsessão.