Como se não bastasse todos os problemas que afetaram de maneira pesada as finanças dos clubes argentinos no início do ano, paralisando inclusive o campeonato nacional, mais uma discussão envolvendo valores pode atrapalhar o andamento do futebol local.
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De acordo com a imprensa local, existe a clara possibilidade de, durante essa semana, representantes da Associação do Futebol Argentino (AFA), do Ministério do Trabalho e do Instituto de Segurança Social se reunirem para discutir um reajuste dos métodos como clubes e jogadores contribuem para a entidade, algo que traz preocupação a vários dirigentes.
Segundo comentou o vice-presidente do Unión e um dos especialistas no tema por sua função de advogado, Marcelo Martín, dependendo da maneira como for formatada a nova proposta, isso será fatal para o orçamento dos clubes na Argentina:
“Imaginem se para vender um jogador houvesse que pagar 25% de alíquota, 15% correspondente ao passe, 2% a AFA e 0,50% aos clubes, isso soma 42,5% de impostos contidos em uma transferência. Por isso estamos tratando de dar continuidade ao decreto atual modificando algumas coisas.”
O decreto ao qual se refere o advogado é o de n° 1212 imposto em 2003 pelo então senador Eduardo Dunhalde. Para aliviar os impostos perante a clubes e todos os funcionários (desde equipe médica até jogadores), na legislação estava estabelecida uma contribuição de apenas 2% calculados através de arrecadação em bilheteria, transferências e direitos de TV.
No entanto, com o passar do tempo, a taxa começou a atingir níveis cada vez mais altos e, com o acúmulo de cobranças com as quais os clubes não conseguiram arcar, calcula-se que os clubes chegaram no fim de 2016 ao patamar devedor de 1.3 bilhões de pesos (cerca de R$ 245 milhões).
Quem foi ainda mais incisivo sobre a questão, falando até mesmo em uma ‘asfixia financeira’, foi o mandatário do Lanús, Nicolás Russo:
“Estão buscando uma asfixia financeira das instituições esportivas. Vejo uma tendência do governo nacional em empurrar os clubes as sociedades anônimas. Tem alguns que estariam em situação complicada pela quantidade de pessoas que tem se saírem do regime especial ou aumentarem a alíquota.”