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Rampla Juniors: Um campeão com a legítima “charrúa” uruguaia

Muito em função da falta de capacidade organizacional de muitos clubes e confederações da América Latina, ainda vemos com relativa constância a necessidade de superar uma extrema precariedade estrutural para alcançar algo no futebol como é o caso do uruguaio Rampla Janiors.

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O time da cidade de Montevidéu conseguiu no último fim de semana obter o título do Apertura da Segunda Divisão em um jogo alucinante. Após estar perdendo por 4 a 1 contra o Cerro Largo jogando como mandante no Estádio Olímpico, o time empatou o confronto em menos de 45 minutos e, mesmo estando com um a menos, conseguiu uma épica vitória e a conquista da taça.

Mas, para quem pensa que essa foi a única grande prova de superação para o clube no ano de 2015, é bom se preparar para saber de uma história, no mínimo, emocionante.

Em entrevista ao site Referí, um dos atletas do Rampla, Rafael García, contou que desde os primeiros treinos do grupo já houve um indício de que as coisas no quesito estrutura seriam bem complicadas:

“Começamos a treinar em 9 de setembro no quartel La Paloma em frente ao Tróccoli (Estádio Luis Tróccoli, casa do Cerro). Começamos sem água, sem poder tomar banho, mas logo conseguiram arranjar para que tomássemos banho no (Estádio) Olímpico.”

E as dificuldades só estavam começando…

O Rampla estava acertado desde antes do início do Apertura 2015/2016 com um grupo de empresários argentinos que seria responsável por investir no clube e garantir que o Rampla pudesse apresentar uma base financeira a Associação Uruguaia de Futebol (AUF), elemento necessário para que qualquer clube possa participar do torneio.

Entretanto, o investimento jamais foi feito e o clube teve que se virar pra obter o chamado Complemento para permitir que a equipe pudesse ao menos disputar a competição.

Uniformes “reciclados” do ano anterior com meias furadas, ausência de fisioterapeutas, ausências de remédios que tinham que ser encontrados as pressas pelos médicos do clube… isso sem contar, obviamente, que a grande maioria dos jogadores viviam jornada dupla, trabalhando em outras profissões além de jogarem.

Nem mesmo a principal matéria prima para a existência de um clube de futebol, os jogadores, escaparam dessa situação. Isso porque, com a grave crise vivida no sentido financeiro do clube, os 26 jogadores do início da temporada do plantel TIVERAM que se transformar em apenas 15.

E, mesmo assim, a dificuldade em manter os vencimentos persistia.

Com dificuldade até mesmo para arrumar bolas para treinamento e a ausência até mesmo de um goleiro reserva em determinados jogos, a torcida apaixonada do Rampla Juniors teve obrigatoriamente que entrar em ação para salvar seu patrimônio de um colapso ainda maior.

Organizando festas beneficientes e prestando serviços voluntários como cuidar das instalações e boa conservação da sede, locais de treinamento e jogos, os hinchas da equipe rubro-verde fizeram da vida do clube algo cada vez mais forte, culminando com a glória máxima do último sábado.

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