Ficando em último lugar no quadrangular decisivo do Pré-Olímpico realizado justamente em seu país, a Colômbia vive momento onde o trabalho nas seleções de base sofre fortes questionamentos e críticas por parte de outros profissionais da área segundo declarações captadas pelo jornal El Tiempo.
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Segundo o ex-técnico Jorge Luis Bernal, faltou uma maior preparação do ponto de vista a programação de mais amistosos para fazer com que o grupo que disputou a competição que deu vagas a Argentina e Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio tivesse maior “rodagem” e fossem realizadas mais experiências com outras peças disponíveis:
“De longe fica um pouco difícil para encontrar a razão, mas a reclamação sempre foi sobre a preparação, que não se conseguia partidas amistosas, dessa vez não foi assim. A programação da Conmebol nunca são surpreendentes, já se sabe quando vão jogar. Valeria a pena apostar em um maior planejamento, mais tempo para acertar, para não escolher tudo de maneira apressada.”
Bernal ainda agregou que, para melhorar a qualidade do trabalho de base, o treinador português Carlos Queiroz, responsável pela equipe principal, poderia ser agregado ao trabalho de formação:
“O professor Queiroz deve ser aproveitado pela dirigência do futebol colombiano, não somente Reyes, mas também por uma série de valores que há no território nacional: que quando haja uma convocação de cinco, oito dias, haja técnicos nacionais que inclusive recebam até mesmo conversas com Queiroz. Que não se repita a história de Pékerman que não foi culpa dele: o contrato não contemplava nenhuma categoria e nenhuma ilustração.”
Outros nomes ouvidos pelo veículo de maior circulação na Colômbia foram o presidente da Liga de Futebol de Antióquia, Jaime Herrera Correa, e Agustín Garizábalo, técnico conhecido por revelar nomes como Juan Cuadrado, Santos Borré, Cuéllar e Luis Muriel.
“A Federação Colombiana de Futebol tem a necessidade de oxigenar essa categoria. Faz tempo que estamos tomando tombos, há uma escolha irregular de jogadores, no Pré-Olímpico foram deixados de lado muitos jogadores que estavam no torneio local por alguns que estão no exterior, mas não são figuras. Temos que revisar todas as seleções, a Sub-15, Sub-17 e a Sub-20, há uma base importante e treinadores que se prepararam. Estamos apostando muito ao treinador da Costa (Arturo Reyes, técnico da Sub-20). Se der resultados, não seria um problema, mas, como não estão, que seja substituído”, pontuou Correa.
“Esse Pré-Olímpico foi um torneio sui generis. Houve um grande potencial que não se pode convocar, mas Brasil, Argentina e Uruguai tem muito mais de onde tirar. Aqui os profissionais não tem. Reyes e (Héctor) Cárdenas (técnico da Sub-17) são bons técnicos, mas não tem a experiência internacional para dirigir essas categorias. Onde havia dirigido Reyes? Patriotas e o Barranquilla. Então, as partidas onde se viu melhor a sua equipe foram contra Argentina e Brasil onde pode fazer o que melhor sabia, esperar e contra-atacar como fazia em Barranquilla. Deveriam estar como assistentes em processos de quatro a cinco anos para, aí sim, chegarem ao cargo. Um corpo técnico que tenha rodagem. Às vezes as coisas até acontecem como com a Sub-20 que classificou jogando muito mal. Não foi um processo programado. Mas eles tem potencial”, avaliou Garizábalo.