*Por Agência Conversion
Erguido em 1930 e com uma única reforma em toda sua existência, o mítico estádio Centenário, em Montevidéu, capital uruguaia, deve ser demolido e completamente reconstruído caso a candidatura da Argentina, do Paraguai e do Uruguai seja escolhida para organizar a Copa de 2030. Segundo a proposta apoiada pela Conmebol e pelos países envolvidos, o projeto de reformulação do estádio pode chegar a R$ 924 milhões.
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Apesar de já ser um ícone urbano – uma das características dos estádios de Copa atualmente -, o Centenário não cumpre a maior parte das exigências de segurança, conforto e mobilidade da Fifa. O custo da construção de uma arena como essa pode até acontecer com pressupostos limitados, mas sem grandes variações de instalações e usos. Segundo o arquiteto Martín Platero, um dos responsáveis pela ampliação do Gran Parque Central, do Nacional, um projeto como esse gasta US$ 1 mil (R$ 3,8 mil) por assento.
“A evolução dos preços depende de uma infinidade de coisas que são colocadas. Na América do Sul, com uma maior quantidade de prestações para um projeto como esse, poderia chegar até a US$ 4 mil (R$ 15,4 mil) por assento”, disse ao jornal uruguaio Ovación.
Platero assinalou ainda que esse cálculo não leva em conta exigências específicas da entidade máxima do futebol para aumentar o conforto e a estética dos estádios. Nesse caso, um novo Centenário para 80 mil espectadores, uma das normas da Fifa para ser sede da final do Mundial, chegaria a custar R$ 942 milhões (US$ 240 milhões).
Em fevereiro, no primeiro encontro dos três presidentes em torno do assunto, Tabaré Vázquez, do Uruguai, reafirmou o projeto de reconstrução do Centenário, lembrando que seu país foi o único que se propôs a receber o torneio e a construir o estádio a tempo dos jogos.
“Se hoje é difícil organizar um Mundial, imaginem o que foi, sem tantos avanços tecnológicos, fazê-lo em 1930. No entanto, o Uruguai pegou essa missão para si quando outros países não quiseram-na, e em pouco tempo construiu um estádio moderno para a época”, explicou.
“Temos a ampla convicção que Argentina, Paraguai e Uruguai podem fazer um Mundial”, completou.
A proposta de sediar a Copa do Mundo de 2030 foi formalizada oficialmente na Casa do Futebol Conmebol, em Moscou, dias antes do Mundial da Rússia. A apresentação da proposta ficou a cargo do presidente da entidade sul-americana, o argentino Alejandro Domínguez. A comitiva ainda incluía o presidente da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), Claudio Tapia, e vários ex-jogadores dos países, como Oscar Ruggeri, Javier Zanetti, Diego Forlán, Faryd Mondragón e Diego Milito.
Em 2030, vão se cumprir 100 anos da primeira Copa do Mundo de futebol, disputada no Uruguai, país que ficou com o título. A Copa só voltaria ao Rio da Prata em 1978, quando a Argentina recebeu o evento e também ganhou o troféu. A candidatura atual é vista como possível porque envolve três países, o que facilitaria o cumprimento dos requisitos estruturais, como estádios, aeroportos e estradas. Há um esforço para que aumentem as ofertas de passagens aéreas baratas entre os países sul-americanos para o evento.
A ideia de organizar uma Copa nos três países já movimenta as autoridades, os clubes e os governos nacionais: no final do mês passado, o governador da província argentina de Santiago del Estero, Gerardo Zamora, assinou um convênio com Claudio Tapia, presidente da Asociación del Fútbol Argentino (AFA) para a construção de uma arena na região com vistas ao torneio.
O projeto é erguer uma arena para 40 mil pessoas com as exigências da Fifa por US$ 45 milhões (R$ 173,3 milhões) em um prazo de dois anos. “A AFA fará seus maiores esforços para que esse estádio, se inaugurado até 2020, seja sede de uma partida das Eliminatórias para a Copa, da Copa América e que seja parte do projeto de postulação à organização do Mundial de 2030″, disse Tapia durante uma entrevista coletiva em Buenos Aires.