Os desafios da seleção do Uruguai na Copa do Mundo

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Foto: Divulgação/AUF

*Por Agência Conversion

Primeira seleção da história a ganhar uma Copa do Mundo, o Uruguai chega empolgado e com uma cara um pouco diferente para o Mundial do Qatar. Com um novo treinador e novas referências, a Celeste sonha em fazer ainda melhor que em 2018, oportunidade em que venceu os quatro primeiros jogos e foi eliminada nas quartas de final para a campeã, França. Entretanto, para isso, precisará superar alguns desafios.

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A zaga

Um dos melhores zagueiros do mundo na década passada e um dos maiores jogadores da história do futebol uruguaio, Diego Godín pouco atuou em 2022 devido a lesões, tanto por Atlético-MG quanto por Vélez Sarsfield. Aos 36 anos, ele não tem mais a mesma potência de outrora e não parece estar em condições de jogar no seu melhor nível.

Destaques do futebol europeu, Josema Giménez, do Atlético de Madrid, e Ronald Araújo, titular do Barcelona, seriam os absolutos na defesa charrúa. O barcelonista, no entanto, foi submetido a uma cirurgia no tendão da coxa direita há pouco mais de 45 dias e ainda é dúvida. Se jogar, certamente, não estará no auge de sua forma física.

A bomba pode cair no colo de Sebastián Coates, um dos principais jogadores do Sporting e com vários anos de seleção. Martín Cáceres, outra figura marcante da história do futebol uruguaio e zagueiro, de 35 anos e atualmente no Los Angeles Galaxy, também é opção.

O treinador

Diego Alonso possui 10 anos como treinador de futebol e já conquistou títulos de envergadura como o Campeonato Mexicano, dirigindo o Pachuca, em 2016, além de duas vezes a Concachampions: 2017, no Pachuca, e 2019, no Monterrey. Todavia, apesar do currículo vitorioso através dos bons trabalhos na Liga MX, MLS e também no futebol uruguaio, ele terá sua primeira competição de Copa do Mundo com o selecionado de sua terra natal.

Contratado em dezembro de 2021 após a demissão de Oscar Tabárez, nome histórico que ocupou o cargo por 15 anos e alcançou grandes resultados, Alonso assumiu a seleção uruguaia fora da zona de classificação para a Copa e com quatro derrotas seguidas nas Eliminatórias. Nesse período, venceu as quatro partidas seguintes, garantiu vaga no Qatar e rejuvenesceu a equipe, dando espaço para talentos que pediam passagem.

Os primeiros indícios foram positivos, mas resta sabermos o peso da pouca experiência do treinador em torneios de seleções justamente no ponto alto que representa a disputa de um Mundial.

Setor ofensivo titular

Arrascaeta, Facundo Pellistri, Luís Suárez, Edinson Cavani, Darwin Núñez… O encaixe de tantos nomes não só não é simples como é numericamente impossível. Não há espaço para todos os citados e não há como fazer um time devidamente equilibrado encaixando os cinco na equipe. Sendo que, dentre os citados, não foram mencionados figuras igualmente talentosas comocomo Canobbio e Terans (ambos do Athletico) além de Nicolás de la Cruz, do River Plate.

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É impensável que a histórica dupla Suárez e Cavani, ambos aos 35 anos, jogue junta desde o início das partidas. Darwin Núñez, do Liverpool, deve jogar ao lado de Luisito por seu maior vigor físico para pressionar a saída de bola rival e explosão para receber passes em profundidade.

Para os torcedores uruguaios que querem garantir itens colecionáveis, como figurinhas e camisas da dupla Suárez e Cavani, a dica é aproveitar as formas de pagamento, como o crédito com o Itaucard Black, para adquirir os itens esse ano, já que a edição de 2022 deve ser a última Copa do Mundo deles.

Qual será a função de Arrascaeta?

Titular da equipe há três anos, o meia do Flamengo se apresentou mais cedo ao Uruguai para reencontrar sua melhor forma, prejudicada por uma pubalgia persistente ao longo do segundo semestre. Marcou cinco gols nas Eliminatórias e finalmente vinha jogando tudo que sabe na Celeste, mas não tem titularidade assegurada na Copa do Mundo.

Durante parte do ciclo, Arrasca foi aproveitado como um camisa 10, resguardado por um trio de volantes e por trás de uma dupla de ataque. Ou seja, um losango no meio-campo, com Bentancour (Tottenham), Valverde (Real Madrid) e Vecino (Lazio) ao lado do maestro rubro-negro. Outra opção é utilizá-lo flutuando da esquerda para dentro, mas correndo o risco de prejudicar a recomposição.

Entretanto, a ausência de pontas nessa formação pode prejudicar a marcação pelas laterais assim como a presença de Arrascaeta ao lado de Suárez pode deixar o time muito passivo na transição defensiva – o momento de se defender de contragolpes. Essa vulnerabilidade pode ser mortal contra Portugal, por exemplo.

Ter os seus jogadores mais criativos juntos ou uma equipe mais segura? Outro desafio para a Celeste analisar antes (ou mesmo durante) os confrontos da primeira fase do Mundial.

Recuperar a força mental

Eliminado nas quartas de final nas duas últimas edições da Copa América, ambas nas penalidades, o Uruguai precisa retomar o espírito lutador implantado nos jovens jogadores desde as primeiras etapas de formação, no Baby Football. Isso significa estar no ápice da competitividade e da concentração para não desperdiçar chances de gol e imprimir um ritmo alto durante as partidas.

Contra o Peru, em 2019, por exemplo, a equipe fez um jogo morno, não conseguiu envolver a defesa adversária e voltou para casa em um confronto no qual era bastante superior tecnicamente. Os maiores momentos do futebol uruguaio ocorreram quando o time acreditou até o final em filosofia que, recentemente, foi tema abordado por Giménez em entrevista.

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