A Champions League é a competição de clubes mais desejada do mundo. E a edição de 2020/21 reserva um final de roer as unhas. Não faltam estrelas, teremos o maior campeão de sua história (Real Madrid), duas potências econômicas buscando o troféu mais desejado (PSG e Manchester City) e um intruso que pode ser uma pedra no sapato (Chelsea).
Nas casas das apostas brasileiras é comum ver um equilíbrio que não é normal, com todos os times mais ou menos equiparados nas odds. O Manchester City por seu momento incrível é visto como um pouco superior a seus rivais, mas não muito.
Neste texto, porém iremos falar de outra coisa. Temos vários craques latino-americanos nas quatro equipes e a conquista da “orelhuda” pode fazer qualquer um destes nomes subir ainda mais a pirâmide do futebol mundial.
Ederson
O goleiro brasileiro do Manchester City é um dos melhores do mundo, mas tem a má sorte de estar em seu auge junto com Alisson, eleito o melhor goleiro do mundo em 2019 e campeão da europa e do mundo – contra o Flamengo – no mesmo ano. Um é titular da seleção e o outro é reserva.
Com o título da Champions League, Ederson pode começar a mudar esse jogo e colocar uma dúvida na cabeça de Tite, além de sedimentar sua posição entre os tops de sua posição.
Ángel Di María
O argentino do PSG tem uma carreira de altos incríveis e baixos muito baixos. Depois de brilhar no Benfica ele foi contratado pelo Real Madrid, onde demorou a se firmar. Mas justamente em sua última temporada na equipe merengue o argentino comeu a bola, sendo um dos craques na conquista da Champions, a primeira do clube em mais de uma década.
Ele fez uma ótima Copa do Mundo até se machucar e perder a final, o que muitos argentinos usam como desculpa para a derrota contra a Alemanha. Pronto para ser uma estrela do futebol mundial e protagonista de uma equipe (o Real tinha Cristiano Ronaldo), Di María foi para o Manchester United e fracassou.
No PSG desde 2015, Di María oscila entre o banco e o time titular, mas na Champions já tem quatro assistências e mais da metade dos jogos começando. Mais um título europeu para o jogador de 33 anos pode ser a resposta para a pergunta “Di María é um jogador world class?”
Casemiro
A torcida do Real Madrid já está feliz da vida com Casemiro, que chegou para o time B e depois de uma breve passagem no Porto assumiu a titularidade do meio-campo e dominou a posição. Três Champions está de bom tamanho, mas uma quarta pode fazer com que seu trio (Modric e Kroos) seja mais vencedor que Busquets, Xavi e Iniesta. Nada mal.
Keylor Navas
O goleiro costarriquenho não é tão respeitado como Manuel Neuer ou até Ter Stegen. Mas se ele vencer pelo PSG depois de campanhas incríveis pelo Real Madrid, onde ganhou três títulos e deixou o ídolo Iker Casillas no banco, será o carimbo para uma carreira magistral e vitoriosa.
Gabriel Jesus
A decepção do Manchester City na Champions dura quase uma década e nem Pep Guardiola, duas vezes vencedor da competição como treinador, conseguiu acabar com a zica. Esta edição pode ser a da superação dessa barreira e Gabriel Jesus é um dos que mais tem a se beneficiar.
A passagem de bastão de Kun Aguero para o brasileiro já tinha sido feita, mas Jesus ainda não está 100% firmado, tanto que não foi titular em nenhum dos jogos das quartas de final. Entretanto, Guardiola não só varia o time conforme o jogo, mas também usa escalações malucas. Contra o Borussia Dortmund basicamente usou um 4-6-0.
Se Jesus é titular nesta reta final e consegue ter impacto em uma campanha vitoriosa, próximo ano será difícil tirá-lo da equipe. Ou do comando do ataque da seleção brasileira.
Vinicius Junior
Era evidente que Vini era uma joia a ser lapidada quando chegou no Real Madrid vindo do Flamengo. Ele ainda peca na finalização, mas sua importância na criação de jogadas e de algo diferente em jogos mais apertados é mais do que necessária para o time de Zinedine Zidane.
Se contra o Liverpool ele não pipocou e balançou as redes, é de esperar algo similar nas semifinais e na final caso o Real Madrid consiga chegar. E se com apenas 20 anos Vinicius conseguir esses feitos, é difícil não ficar empolgado com uma dupla com Neymar e mais um centroavante que só precise empurrar a bola na rede para o Brasil.
Neymar
Neymar em 2021 é um tópico que gera amor e ódio. Sua ida para o PSG até o momento não rendeu o que era esperado por todos, inclusive ele: o título europeu e o prêmio de melhor do mundo. Ninguém é louco de negar o talento, mas as manchetes negativas, seguidas lesões e derrotas na Champions (inclusive na final na temporada passada) criaram um sabor amargo.
Esse sabor será completamente esquecido com o título neste ano. E por isso Neymar é o jogador latino-americano que mais tem a ganhar com a competição: se ele brilhar neste final de temporada pode botar a carreira de volta aos trilhos e ainda resta tempo para ser o melhor do mundo e também vencer pela seleção. A mudança na percepção do craque brasileiro será imediata.