Opinião FL: Edgardo Bauza e sua característica que o prende a “apagar incêndios”

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Foto: Fernando Nunes/saopaulofc.net

A ida do técnico argentino Edgardo Bauza para a seleção da Argentina era uma situação muito prevista e provável desde os primeiros rumores a respeito de seu nome circulando nos corredores da AFA.

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Apesar de momentaneamente ter perdido força no período em que Jorge Sampaoli era a chamada “bola da vez”, o compromisso recém-aceito por parte de seu compatriota no Sevilla (Espanha), realizando um sonho antigo do mesmo de estabelecer sua mentalidade de trabalho em um clube europeu competitivo, deixava a probabilidade de Bauza ser o escolhido bem maior.

Aliado isso a grande recuperação de identidade e postura que foi capaz de fazer o campeão por duas vezes da Copa Libertadores com a equipe que passou “no fio da navalha” pela primeira fase e só parou nas semifinais diante da (de maneira disparada) melhor equipe da competição, os elementos estavam todos a mesa para Bauza ser o eleito como foi.

Porém, a única coisa que sempre coloca e provavelmente colocará os trabalhos feitos pelo técnico de 58 anos em um clima de tensão mais elevado é a forma como ele pretende sempre armar as suas equipes e como as suas prioridades se encaixam melhor em equipes que estejam em uma situação de necessidade de reação.

No San Lorenzo, Bauza encontrou uma equipe que havia feito competições bem modestas em 2013/2014 com exceção apenas do título no Apertura de 2013. No mais, um bem modesto 11° lugar no Clausura, quedas precoces na Copa Argentina e na Copa Sul-Americana na equipe a época dirigida pelo hoje treinador do Chile, Juan Antonio Pizzi.

Com as conquistas e mudança de perfil e até mesmo patamar para a equipe de Almagro, apareceu a oportunidade de treinar o São Paulo e outro grande desafio na carreira de Edgardo Bauza: O de recuperar o brio de um elenco até então massacrado em momentos decisivos nos últimos seis anos com a única exceção da Copa Sul-Americana de 2012.

Agora, mais uma vez o técnico se vê em meio a necessidade não só de fazer um trabalho de recuperação perante a um cenário ruim, mas também no que se refere ao próprio retorno ou não da referência Lionel Messi a equipe Albiceleste. Mais uma vez, o bombeiro Edgardo Bauza terá de entrar em ação para apagar um incêndio de incógnitas.

Existem profissionais que lidam muito bem com isso e até preferem essa “aura” sob seu desempenho como uma forma de automotivação e também como uso de material para motivar os seus comandados. Entretanto, seja pela característica de trabalho como nos cuidados primordialmente defensivos que Bauza possui em sua visão de futebol, não parece ser uma questão de escolha, mas sim de via de regra.

 

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