“O prazo seria de 20 a 30 anos, para ser otimista”, crava jogador brasileiro nos EUA

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Foto: Reprodução/Facebook Bruno Militz

O Futebol Latino fez mais uma entrevista exclusiva com um jogador que atua nos Estados Unidos, mais precisamente na Lynn University e no Boca Raton.

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Dessa vez, o protagonista é Bruno Militz, atleta de apenas 25 anos nascido no Rio Grande do Sul e que falou sobre diversos assuntos, inclusive sobre a estrutura esportiva comportada nos dois países.

Confira o bate-papo:

FL- Você não chegou sequer a tentar algum tipo de teste em clube mais próximos da sua cidade natal como, por exemplo, a dupla GreNal?

“Infelizmente, não cheguei sequer a tentar algum teste em um dos clubes enquanto eu estava no Brasil, nem nos times de minha região. Eu comecei trabalhando quando tinha 14 anos, um pouco por obrigação na época. Claro que jamais deixei o futebol de lado, sempre fui jogando pelo time da cidade e pelo colégio, mas quando fui crescendo e mesmo com várias pessoas dizendo para eu fazer teste e tentar ser jogador, perto de me formar no colégio eu apenas pensava em começar a fazer uma faculdade e ajudar cada vez mais a empresa, pois a minha cabeça não estava focada para o futebol e talvez eu não teria maturidade na época para encarar este tipo de vida.”

FL- Conhecendo o modelo universitário voltado ao esporte nos Estados Unidos, você acha que algo poderia ser adaptado para funcionar dessa mesma maneira no Brasil?

“Sinceramente, eu adoraria que isto pudesse acontecer no Brasil. Falando de todos os esportes, podemos ver porque os Estados Unidos é um país tão bem sucedido, assim como o seu desempenho na última Olimpíada. O esporte, seja ele qual for, é incentivado desde criança, tem escolinhas à partir dos 3 ou 4 anos, e desde lá o estudo jamais é deixado de lado, são duas coisas que o sistema americano já foi criado para ser realizado ao mesmo tempo. Quando você chega nos 18 aos 20 anos e não consegue chegar a algo profissional ou por opção de não querer, você tem em mãos um plano B de estudar e seguir neste caminho, fora o aprendizado que todos os esportes te trazem na área de liderança, trabalho em grupo e entre outros. Na minha opinião, o Brasil teria que passar por uma revisão geral no sistema de educação para funcionar desta maneira, algo que eu acredito demorar em torno de 20 à 30 anos, sendo otimista.”

FL- Você tem admiração por algum clube da América Latina, que não seja o seu clube de coração no Brasil ou o Boca Raton?

“Admiração eu tenho pelo futebol em si. Eu gosto de assistir alguns jogos, seja do time que for. Sempre quando uma partida é boa, entre duas equipes grandes lutando por algo, é interessante parar para olhar. Sou um fã do esporte, não de algum clube específico.”

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Foto: Reprodução/Facebook Bruno Militz

FL- Qual foi a situação mais difícil que você viveu dentro do período de recuperação da sua lesão? Você pensou em algum momento que nunca mais jogaria futebol?

“Tive diversos momentos difíceis dentro do meu período de lesão. Eu lembro como se fosse hoje o dia que a minha lesão aconteceu: 21 de março de 2014. No final do jogo tive um estiramento na posterior da coxa direita, inclusive, um dos meus melhores amigos, que também é fisioterapeuta, estava jogando. Ao final do jogo, achamos que era apenas um estiramento de grau 1 e nada mais do que 15 dias de descanso, gelo e fisioterapia pudesse fazer com que eu voltasse 100%. Porém, a lesão se agravou e virou uma grau 3. Neste meio tempo, dentro dos 5 meses de recuperação até eu retornar aos gramados, eu ‘tentei’ jogar duas vezes por achar que estava melhor. Tomei um dos maiores sermões da minha vida do meu fisioterapeuta, fomos em um grande amigo dele, que era um dos professores da Unifra,uma das maiores universidades de Santa Maria. Chegando lá, após o diagnóstico, o professor me disse “Você sonha em jogar bola, certo? Então, qualquer outra lesão que tu tiver em cima dessa tua atual, pode esquecer a tua carreira de futebol.”Foi a partir daí que eu realmente apenas pisei no gramado ou chutei uma bola com o aval do fisioterapeuta. Um pouco amadorismo da minha parte naquela época eu diria, mas também isso faz parte do nosso amadurecimento diário perante aos problemas da vida.”

FL- Ainda tem conversado bastante com o Amoroso?

“O Boca Raton FC no geral tem uma grande parceria com o Amoroso como vocês podem ver as publicações dele às vezes, portanto este contato é inevitável. Uma grande pessoa que eu passei a admirar assim que conheci.”

FL- Tem o desejo de vestir a camisa de algum clube brasileiro?

“Desejo todos nós jogadores que sonhamos com algo profissional temos, acho que seria contraditório dizer que não. Sabemos da força do futebol brasileiro e da significância dele na preparação de muitos atletas para algo ainda maior, assim como o nosso próprio campeonato que é de altíssimo nível.”

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