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Crônica FL: o menino e o homem se encontraram. E ambos choraram

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Foto: Divulgação/São Paulo FC

Era noite do dia 5 de julho de 2000. Um menino na Zona Oeste da cidade de São Paulo tinha olhos vidrados e estava absorto na frente da TV. Apesar de ver, os olhos captavam algo que o cérebro (e o coração) não queriam, ou conseguiam, crer. Alguns segundos. Alguns preciosos segundos. Ali, escorria pelas mãos a inédita Copa do Brasil. Da mesma forma que, dos olhos daquele menino, as lágrimas por conta do futebol corriam pela primeira vez.

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Ali, o sentimento se criava, se cravava e também se escondia. Ficava apenas a frustração. O sentimento de que ‘quase’ deu, mas não chegou lá. Não, pelo menos, ali, naquele dia.

Era tarde do dia 24 de setembro de 2023. O homem, tendo vivido o esporte como torcedor e como jornalista, já havia visto muita coisa, mas ainda não tinha experimentado de novo AQUELE dia. AQUELA sensação de que algo inédito estava perto de acontecer.

Quando se fala em sentimento, contenção é uma palavra tão frágil como a vantagem de 1 a 0 encerrada por Bruno Henrique. Entretanto, a forma arrebatadora como chega é tão potente quanto o chute de Rodrigo Nestor que estufou as redes e recolocou o sorriso (e o grito) na boca daquele homem.

Tudo parecia ocorrer exatamente como em 2000. E era exatamente isso que fazia tudo ser tão intenso. Antes mesmo do apito final, os olhos marejavam. O choro queria vir de maneira constante.

E veio o apito final. E veio o choro. E veio a alegria. Como em 23 anos atrás, as lágrimas vieram. Dessa vez, cheias de alívio e uma felicidade tão indescritíveis quanto os anos persegundo a peça que faltava na galeria do Morumbi.

Por breves momentos, o menino de 2000 encontrou o homem de 2023. E ambos choraram. Que sorte a deles. Que sorte a minha.

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