O Brasil na Libertadores 2020

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Foto: Norberto Duarte/AFP

*Por José Calil

Antes de mais nada, quero dizer que é uma grande alegria passar a ocupar este espaço tão importante. Espero que vocês gostem e participem sempre com seus comentários.

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A Libertadores, cuja fase de grupos começa nas próximas horas, mostra uma coincidência envolvendo os times brasileiros: justamente nossos dois mais fortes representantes, Flamengo e Palmeiras, estão em grupos fáceis. A expectativa é que ambos não só se classifiquem com tranquilidade mas também façam as maiores pontuações. E isso dará a eles a vantagem de decidir sempre em casa os confrontos de mata-mata. O Flamengo, inclusive, pode decidir tudo em casa, já que o jogo único da final será no Maracanã.

O Athletico também está num grupo fácil. Mas tem um grande adversário: ele mesmo. O desmanche sofrido na janela de transferências dificilmente será reparado. Ninguém perde impunemente o melhor zagueiro, os dois ponteiros, o centroavante e, principalmente, um cara como Bruno Guimarães, que, aliás, já está mostrando suas credenciais na Europa. A segurança do goleiro Santos também é desfalque. Ele passou por cirurgia. O trabalho de Dorival Júnior é muito difícil. E as cobranças exageradas, como sempre. Se chegar à segunda fase já estará no lucro.

Quem também tem em si mesmo o maior oponente é o Santos. Em crise política, técnica e financeira o vice campeão brasileiro ainda deu azar de cair num grupo complicado, com o campeão do Equador, um time paraguaio de grande investimento e um argentino sempre chato de jogar contra. Para complicar mais o treinador é contestado por grande parte da torcida e alguns jogadores importantes estão fora de combate, como Marinho. Nenhum reforço foi contratado. Se ficar entre os dois primeiros já terá cumprido seu papel.

O São Paulo tem um elenco forte e cresce nas mãos de Fernando Diniz. Está, entretanto, numa chave difícil. Nunca é fácil enfrentar o River Plate, a LDU e a altitude de quatro mil metros. É verdade que também será difícil para os adversários encarar um Morumbi sempre lotado com a torcida que mais gosta da Libertadores. Estive no Morumbi ontem e ninguém falava do jogo contra a Ponte Preta. O negócio é a competição sul-americana. A tendência é o time se classificar e até avançar nas fases seguintes. Mas vai ser sofrido.

E o mais espetacular para nós brasileiros é o fato da dupla Grenal estar no mesmo grupo. Tudo pode acontecer: um matar o outro, um ajudar ou atrapalhar a classificação do rival e até os dois caminharem tranquilamente. O maior clássico do nosso país pela primeira vez na Libertadores é histórico, imperdível. E tem mais: esse confronto dará muita moral a quem passar à fase seguinte. Sejam ambos ou apenas um deles. São dois elencos qualificados numa parada prá lá de emocionante.

Até a próxima.

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