Com elevado teor de emoção, mais precisamente nas penalidades, o Independiente del Valle se consagrou campeão da Recopa. Na última terça-feira (1), diante do Flamengo, os equatorianos perderam por 1 a 0 no tempo normal e, sustentando a desvantagem mínima na prorrogação, se valeu do triunfo na ida para conquistar o inédito troféu continental.
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Primeiro tempo
Precisando buscar o resultado e contando com a força da torcida, o Fla tentou implementar uma postura de dominância no início da partida com marcação mais alta e busca de ter o controle das ações ofensivas. Por sua vez, o Del Valle, ao mesmo tempo que evitava ao máximo apelar para as bolas rifadas para não fugir de sua característica mais técnica de atuar, também tentava “esfriar” o embate em todo momento de bolas paradas favoráveis aos equatorianos.
Com o passar do tempo, o volume de criação flamenguista começou a ser cada vez mais intenso e criava problemas consideráveis para os arredores da meta defendida por Moisés Ramírez. Ao ponto, inclusive, de Pedro balançar as redes em cruzamento espirrado na defesa equatoriana, mas em posição de impedimento que rendeu a anulação do tento.
Além da manutenção do ritmo ofensivo, aos poucos o aspecto da finalização parecia ser aprimorado do lado brasileiro onde Fabrício Bruno e Ayrton Lucas, ambos de cabeça, carimbaram a trave e o travessão de Ramírez. Colocando, aparentemente, o Flamengo cada vez mais próximo da inauguração do placar no Maracanã mesmo que não fosse da maneira habitual onde as bolas rasteiras fossem elemento prioritário na formação das jogadas.
Mesmo com os esforços flamenguistas, o duelo no Rio de Janeiro não teve seu placar movimentado até o último apito na primeira etapa do árbitro uruguaio Andrés Matonte.
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Segundo tempo
O panorama do compromisso seguiu com o mesmo desenho onde o Mengão tentava de todas as formas abrir o sistema defensivo de um Del Valle compactado e, aos poucos, se permitindo até mesmo adiantar gradativamente as linhas de pressão para tornar sua dianteira ainda mais expressiva.
A diferença do que ocorreu na primeira metade do confronto se dava, essencialmente, pela queda notória no volume criativo. Enquanto antes o time empilhou oportunidades, no tempo complementar, a meta de Moisés Ramírez vivia momentos bem mais tranquilos, algo que deixava o ambiente cada vez mais tenso.
Deixando o aspecto mais tático de lado, a reta final do embate no Rio de Janeiro parecia ser disputado muito mais no caráter físico onde os mandantes buscando o gol que manteria a esperança viva de, ao menos, levar para a prorrogação. E, de maneira agônica, a bola invertida para o lado esquerdo encontrou Everton Cebolinha onde o camisa 11 serviu Arrascaeta, batendo de primeira, superando Ramírez aos 51 minutos. Explosão da torcida rubro-negra e forçando o tempo extra.
Prorrogação
Empolgado pela “sobrevida”, o Flamengo novamente se viu a buscar com ferocidade o ataque onde a variação de lances e mobilidade elevada colocaram novamente o Del Valle em situação de absoluta pressão. Mesmo que, ainda, na base de jogadas mais improvisadas do que necessariamente trabalhadas em conjunto, buscando especialmente a inspiração de nomes que entraram bem no embate como Everton Cebolinha e o jovem Matheus Gonçalves.
Sem saída de contra-ataque, os equatorianos tentavam se segurar ao máximo no plano defensivo em meio a contexto mais desfavorável que os comandados de Martín Anselmi enfrentaram desde o primeiro tempo regulamentar. Assim, a estratégia de resistência absoluta era a que imperava por parte dos visitantes até que as penalidades fossem necessárias, algo que efetivamente ocorreu.
Na marca da cal, o elemento diferencial para a conquista, pelo lado negativo, acabou sendo justamente Arrascaeta. Isso porque, com a penalidade desperdiçada logo de cara, o aproveitamento de 100% do Del Valle soltou o grito do pequeno grupo de torcedores do IDV em pleno Maracanã.