No Jorge Wilstermann, brasileiro enxerga ‘recomeço’ na carreira fora do país

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Foto: Divulgação/Jorge Wilstermann

Tendo feito duas partidas por sua nova equipe, o Jorge Wilstermann, o meio-campista brasileiro Jonata Machado afirmou que enxerga no clube boliviano a chance de ‘recomeçar’ sua trajetória fora do Brasil.

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O recomeço em questão tem tom ainda mais importante porque, nas duas outras oportunidades, Jonata aponta ter experienciado o que há de mais triste no mundo do futebol: falsas promessas de realizar o sonho de jogar no exterior.

A primeira delas surgiu quando ele tinha apenas 14 anos de idade, oportunidade onde conseguiu a ida para o Panionios, da Grecia. Diante de diversos problemas, a ida para o futebol europeu durou apenas quatro meses e teve caráter tão traumático que o levou até, em um curto período de tempo, a desistir da carreira:

“Foi uma experiência muito boa na questão do aprendizado, mas me prometeram muitas coisas e não cumpriram quase nada. Hoje sei que eu não poderia nem
ficar na Grécia. Fui em novembro e voltei em fevereiro. Passei esse tempo longe de casa, chorei bastante e queria ir embora o quanto antes, mas meus pais não
tinham condições de comprar uma passagem de volta. E, quando voltei, não queria mais jogar futebol. Pensava que isso não era para mim, que eu iria sempre
me machucar e que as pessoas nesse meio só mentem, então decidi que não iria ficar correndo atrás disso.”

Na segunda oportunidade, após se destacar com a camisa do Botafogo-SP, Jonata Machado novamente se deparou com um ambiente onde a realidade diferia bastante da expectativa. Desta vez, a frustração no Lokomotiv Sofia (Bulgária) ainda veio em conjunto com a notícia de que sua esposa estava grávida, combinação que inviabilizou sua estadia por mais de quatro meses no Velho Continente no ano passado:

““Lá me prometeram apartamento, carro, estrutura e um salário bom, mas aconteceu totalmente o contrário do que prometeram. Depois, minha esposa me
ligou avisando que estava grávida. Depois, não recebi no primeiro mês e o clube não pagou minhas luvas, então rescindi o contrato e fui embora. Mas quando
retornei ao Brasil, a janela de transferências já estava fechada. Então comecei a perder mercado no futebol e fiquei quatro meses sem jogar.”

Agora no Wilstermann, Jonata entende que o contexto encontrado já apresenta notória diferença com as outras duas oportunidades vividas fora do Brasil. Seja no aspecto estrutural como também em seu processo de adaptação a nova equipe:

“Eu tive uma ascensão muito grande no Botafogo-SP. Muitos clubes estavam atrás de mim com a expectativa de que eu fosse brilhar no futuro, mas decisões
erradas que tomei me fizeram regredir na carreira. Agora estou focado em brigar pelo meu espaço no Jorge Wilstermann. O clube tem uma boa estrutura, um bom ambiente de trabalho e outros quatro brasileiros no elenco, que têm me ajudado na adaptação. Então já me sinto em casa aqui.”

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