O resultado acachapante de 5 a 0 que foi construído pelo Uruguai, diante da Bolívia, fez mais do que se colocar como a maior goleada até então da Copa América. Isso porque, depois do jogo, o meio-campista Ramiro Vaca desabafou sobre as condições precárias do esporte no país.
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Inicialmente, o jogador de 24 anos fez apenas um destaque negativo sobre as atuações de La Verde na competição continental. Em duas rodadas, a equipe dirigida por Antônio Carlos Zago perdeu para Estados Unidos e Uruguai. Entretanto, na reta final de sua resposta, o aspecto estrutural do futebol boliviano virou tema:
“É uma participação até o momento onde, nas duas partidas, fomos muito mal. Não tem como dar uma desculpa. Esperamos que, contra o Panamá, possamos fazer uma partida melhor. Creio que é um pouco a cara do nosso futebol, do que se vem fazendo. Isso nos machuca muito. Somos os primeiros que queremos passar por isso e, bom, temos muitas dificuldades.”
Tom de desabafo
Quando um repórter pediu maiores detalhes sobre o tema, Ramiro Vaca fez um longo testemunho que passou desde a falta de condições até a imagem tida do exterior com o Campeonato Boliviano.
“Nós dissemos muitas vezes. Os jogadores não tem bons campos na liga local e, quando falamos isso, as pessoas dizem que o Maradona jogava nos anos 80 em campos piores, quem é bom joga em qualquer lugar e não é assim. O futebol, atualmente, avançou muito, se jogam em bons campos, sempre molhados. É um choque de realidade que temos que… não estamos acostumados com isso e a nossa liga não vende por isso também. Não é vistosa, as pessoas não querem ver porque tem condições precárias, não temos um campo onde possamos treinar, uma academia. Não temos essas condições, mas, ainda assim, queremos dar a cara pelo nosso país. Queremos lutar, na última partida, para dar tudo e poder limpar um pouco nossa imagem.”
Fio de esperança
Apesar do péssimo desempenho até então, a Bolívia ainda tem uma remota possibilidade de estar nas quartas de final da Copa América. Para isso, precisa vencer o jogo citado por Ramiro, diante do Panamá, e torcer para que o Uruguai supere os Estados Unidos. Além disso, a combinação desses resultados precisa cortar uma distância de saldo que, hoje, está em oito gols favoráveis ao norte-americanos.