Demitido do Santa Cruz na última quarta-feira, o técnico Marcelo Martelotte convocou a imprensa para conversar e explicar sua saída do clube coral. Durante o bate-papo com os jornalistas, o treinador detalhou a crise que o time passa e aproveitou para cutucar a diretoria. Confira alguns trechos da coletiva:
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Guerra entre Diretoria x Jogadores
“O que a gente fala aqui é de administração que acaba de maneira desastrosa. A gente fala aqui de o time poder não entrar em campo nos últimos dois jogos. Acho que isso resume tudo que aconteceu no Santa Cruz nesses últimos anos. Acho que o clube precisa solucionar seus problemas internos. O que posso dizer é que faltou competência nesse sentido para se chegar em uma situação dessa na reta final de campeonato com o clube rebaixado e com possibilidade real de os jogadores não entrarem em campo.”
Trabalho da diretoria
“Em alguns aspectos, eles deixaram a desejar e estou falando isso porque, se pensarmos em futuro, vai ter uma eleição. Essa diretoria vai sair e espero que uma nova gestão entre e toque o Santa Cruz a partir de agora. Em relação aos últimos anos que estive presente, faltou muito em relação à administração. Em 2015, tivemos resultado e colocamos o clube na primeira divisão e entendíamos que era uma oportunidade do clube se modernizar ou ao menos se estruturar mais. Infelizmente após dois anos do acesso, você vê o time voltando para a Série C. Isso mostra o quanto foi desastroso os últimos anos.”
Dificuldade financeira do clube
“A questão dos salários é real. Todo mundo sabe. Em termos estruturais, a gente não teve muito problema. A gente fazendo com que algumas situações desfavoráveis fossem superadas. A gente teve condições. Sabemos que o Santa Cruz tem seus problemas também. Não tem um centro de treinamento. Não tem uma concentração própria ou ter essa concentração que não é ideal lá no Arruda. A gente passou essas pequenas dificuldades no dia a dia, mas o que acho que agravou foi essa questão de salários atrasados. Toda vez que a gente vê a diretoria tentar argumentar, a gente vê jogadores que não recebem há três meses. A comissão técnica não recebe há cinco. Tem mais sete meses que ficaram do ano passado. Se você somar tudo, tem problemas seríssimos que acumularam e acabaram chegando nessa situação no final de temporada que é insustentável”.
Relação com o elenco
“Esse grupo foi um grupo excelente de trabalhar e, se cheguei até aqui, foi por conta da relação que tive com eles. Logo que cheguei sabia de toda a dificuldade e a primeira coisa que falei para eles foi que eles tinham todo o direito de pegar o material e pedir para rescindir o contrato. Era o direito deles pela situação que viviam e disse que, quem ficasse, teria que lutar até o final. Tivemos a saída de alguns jogadores nesse período porque a situação era extrema. Quem ficou, se empenhou ao máximo até que chegássemos a essa situação limite.”