A trajetória de Lucas, atleta do Sub-19 do Nacional da Ilha da Madeira, em Portugal, é marcada por perseverança, reviravoltas e superação. Natural do Brasil, o jovem atacante começou sua caminhada como muitos: com paixão desmedida pelo futebol e disputando campeonatos amadores até ingressar na escolinha do São Paulo. Foi o início de um sonho que, anos depois, atravessaria o oceano.
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Lucas deu os primeiros passos no futebol de base com passagens por São Paulo e Jaguariúna, onde disputou seu primeiro Campeonato Paulista Sub-13. A cada ano, o talento do garoto se moldava com dedicação e muito suor. Aos 15 anos, vestindo a camisa do Ibrachina, enfrentou o primeiro grande obstáculo da carreira: uma fratura na clavícula o tirou de toda a disputa do Paulista Sub-15. O contratempo, porém, não o fez parar — pelo
contrário, fortaleceu sua vontade de vencer.
Três anos depois, já consolidado como titular do Sub-17, Lucas se preparava para disputar sua primeira Copinha. Mas uma dispensa inesperada mudou os planos.
“Foi duro. Mas o futebol é assim. Às vezes a gente precisa dar um passo atrás pra conseguir dar dois à frente”, afirma. Após uma curta e difícil passagem pelo Flamengo de Guarulhos, uma nova oportunidade surgiu no final do Paulista Sub-20: um teste em Portugal, no tradicional Nacional da Madeira.
“Quase não fui. A gente não tinha condição de bancar a viagem, já tinha praticamente desistido. Até que o dirigente do Flamengo me chamou dizendo que o Nacional ia custear minha passagem. Aquilo me deu esperança de novo”, conta Lucas.
Aprovado após uma semana de testes, ele terminou a temporada como um dos destaques da equipe. Mesmo enfrentando burocracias com o visto — o que o tirou dos dois primeiros jogos — Lucas somou 30 partidas e balançou as redes 15 vezes, sendo peça-chave para a permanência do Nacional na divisão.
O momento mais marcante da temporada veio no maior clássico da ilha: Nacional x Marítimo. Vindo do banco, Lucas marcou dois gols que garantiram a vitória da equipe.
“Foi inesquecível. Entrei com vontade e saí ovacionado. A ilha vive esse clássico com intensidade, e poder decidir foi uma das maiores emoções da minha carreira”, relembra.
Mas além dos gols e conquistas em campo, o que mais impactou Lucas foi o ambiente.
“Aqui é muito diferente do Brasil. O grupo é unido, o treinador é um verdadeiro líder e a relação é de família. Nos clubes por onde passei no Brasil, o clima era sempre mais dividido. Aqui a gente se ajuda de verdade”.
Agora, aos 19 anos, o futuro está mais vivo do que nunca. Lucas já mira a próxima temporada, onde disputará a Liga Revelação Sub-23, além de poder atuar entre os profissionais do Nacional.
“Quero permanecer na Europa, estou vivendo meu melhor momento. Estou focado, mais maduro e pronto pra ajudar o clube em tudo que precisar. Sei o quanto lutei pra estar aqui e quero fazer valer cada oportunidade”.
