O fim de junho foi agitado para o futebol brasileiro. Nos últimos dias, as diretorias dos 40 times das séries A e B do Brasileirão se reuniram para discutir a criação de uma nova competição que, até o momento, está sob o nome provisório de Liga Independente. Como o próprio nome já diz, o diferencial desse campeonato é que ele será organizado e executado de forma totalmente independente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão que controla, atualmente, todas as ligas nacionais.
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Os clubes alegam que essa seria uma forma de promover uma competição mais atrativa e com melhores condições para todos os participantes, fortalecendo ainda mais o futebol brasileiro. Se tratando de termos monetários, a Liga Independente é mais vantajosa para todos os times envolvidos já que, nos campeonatos atuais, a CBF fica com a maior parte dos lucros e os times recebem cotas dentro desses ganhos. Nesse caso, todas as equipes potencializariam sua rentabilidade de forma igualitária, o que é atrativo principalmente para os times da Série B que, atualmente, ganham menos que os da Série A.
Essa situação carrega uma semelhança com à polêmica da Superliga Europeia, que foi mal recebida no mundo todo. No Brasil, a criação de uma nova liga separada da CBF é legalmente viável, de acordo com a Constituição e com a Lei Pelé, que garante a criação de torneios independentes desde que comunicada a entidade de prática desportiva. No entanto, a questão acaba sendo mais política do que jurídica neste caso.
De acordo com o jornalista Rodrigo Capelo, a pandemia de Covid-19 apenas agravou o que já era crítico no futebol brasileiro. Os principais clubes do país, que também são os que mais lucram no sistema atual, acumulam dívidas que chegam perto dos R$ 11 bilhões enquanto os lucros ficaram na casa dos R$ 4,6 bilhões. Esse é um dos principais motivos que levaram os times a alcançar essa unanimidade na criação da Liga Independente, pois é a melhor chance de se reerguer e sair do vermelho.
Ainda que nada tenha sido definido, algumas empresas já estão apresentando propostas de patrocínio. Investir na representação de marcas de chuteiras, uniformes, cuecas e qualquer coisa relacionada ao esporte e aos atletas seria a forma mais rápida e eficaz de potencializar seus lucros.
O próximo encontro dos clubes está marcado para 22 de julho, onde será dada continuidade ao planejamento e às negociações da nova liga.