*Por Agência Conversion
A diretoria do Jorge Wilstermann anunciou nesta terça-feira (19) que vai à Justiça contra o Blooming por causa dos atos racistas da torcida do clube de Santa Cruz de la Sierra contra o meia brasileiro Serginho, de 34 anos.
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Além disso, a equipe de Cochabamba disse que pretende acionar a federação local contra o rival, pedindo perda de pontos, sanções econômicas e o fechamento do estádio onde a partida foi disputada.
Serginho é o camisa 10 do Jorge Wilstermann e abandonou o campo durante o segundo tempo do jogo contra o Blooming quando, ao cobrar um escanteio, se irritou enquanto recebia uma série de xingamentos racistas das arquibancadas desde o início do confronto. O jogo aconteceu no domingo (17) e terminou com a derrota da equipe cochabambina para o rival, fora de casa, por 2 a 0.
“A reclamação que vamos fazer é profunda e séria: O que aconteceu em Santa Cruz não é inédito. Temos documentos que apresentamos à federação (Federação Boliviana de Futebol) pelo que fizeram com nossos jogadores e, especialmente, com o Serginho. Faremos uma pressão forte para que isso não volte a acontecer. Queremos o máximo castigo para essa gente”, disse o presidente do Jorge Wilstermann, Gróver Vargas.
Ele ainda disse que a defesa do Wilstermann se baseia no artigo 58 do Código Disciplinar da Fifa, na qual se estabelecem sanções em casos de atos racistas e discriminatórios durante as partidas.
Não é a primeira vez que atos racistas acontecem contra Serginho: Em maio do ano passado, na partida de volta das quartas de final do torneio Apertura, o jogador e o então técnico do mesmo Blooming, Erwin Sánchez, tiveram uma briga ainda no gramado em que xingamentos racistas teriam sido feitos. Um vídeo feito com um dispositivo comum de usuário, um celular Samsung, mostra o treinador xingando o atleta brasileiro.
Três meses depois, já no Clausura boliviano, Serginho recebeu insultos xenófobos da torcida do Destroyers, no estádio Samuel Vaca Jiménez, na cidade de Warnes, depois de uma discussão com o zagueiro Erwin Melgar.
“É um assunto delicado que, além das conotações esportivas, tem também o paradigma de lutar frontalmente contra o racismo e a discriminação. Não houve nenhum caso judicial sobre atos discriminatórios na história do futebol boliviano. E hoje há”, disse o presidente do clube.
O Wilstermann ainda espera que, para dar prosseguimento ao processo, o juiz da partida, Gery Vargas, tenha citado o caso na súmula. O Blooming não se pronunciou sobre a postura de sua torcida até agora.
No Brasil, Serginho já jogou por diversos clubes do interior de São Paulo, como Mirassol, Red Bull, Mogi Mirim, Linense, Botafogo e XV de Piracicaba, para onde foi ao clube boliviano, em julho de 2017.