Inspirador do Retrô, Cacau busca o sonho de ser jogador

Como grande parte das crianças brasileiras, Cauã Guerra tem o sonho de virar jogador de futebol. Mas a trajetória para se chegar a esse objetivo, como se sabe, é repleta de obstáculos dos mais variados. Para superá-los, Cacau (como é conhecido) contou com a ajuda de seu pai, que trouxe uma solução um tanto quanto inusitada.

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Em busca dos caminhos da bola desde pequeno, Cacau começou atuando por projetos sociais e chegou até a treinar em uma escolinha do Santos, na cidade de Recife. Porém, chegar até a escolinha era uma tarefa complicada, já que os treinos ocorriam longe de casa e a logística atrapalhava. Outro problema que surgiu foi o fato de Cacau não ter uma categoria da sua idade para poder treinar.

“Eu tinha seis anos, os treinos eram longe de casa. Depois de um tempo, colocaram o treino mais perto da minha casa, mas não tinha treino com as pessoas da minha categoria. Passei a tentar jogar com o sub-12. Aí, ficou difícil, eu jogava com os mais velhos, sem treinar. Ficou ruim”, lamentou.

Criação bem-sucedida

Foi então que Laércio Guerra, pai de Cacau, teve a ideia de criar o Retrô para ver seus dois filhos (Cauã e o mais velho, Diego) com possibilidades de realizarem seus sonhos no disputado mundo da bola. Primeiro, o clube surgiu apenas como um projeto voltado apenas para crianças, com foco no futsal. A decisão se mostrou um sucesso. Assim, o clube passou a expandir de forma rápida e ganhou proporção.

Restou a Cacau aproveitar. Atacante, o jovem tem se destacado em todas as categorias na base. Atualmente no sub-17, ele é um dos nomes vistos com bons olhos no Retrô. Até o momento, são quatro títulos de Campeonato Pernambucano de base e dez títulos, contando desde o sub-11. De 2022 até agora, os números também são ótimos: 65 jogos e 32 gols marcados.

Por isso, Cacau apresentou seu estilo de jogo, comentou sobre seus objetivos e não hesitou sobre revelar sua inspiração dentro dos gramados:

-Eu sou atacante, desde pequeno sempre fui atacante. Sempre gostei de Neymar, é minha referência como jogador. Peguei gosto também pela camisa 11, atuar ali na ponta esquerda, como ele sempre jogou. Então, ele é o meu ídolo no futebol. Acho que sou um jogador que tem habilidade e uma boa finalização também. Procuro sempre ser oportunista para marcar gols.

Recorde e o despertar de olhares

Em 2024, Cacau se tornou o jogador mais novo da história a disputar uma edição da Copinha. Com 15 anos, 2 meses e 16 dias, o atacante estreou na partida entre Avaí x Retrô, no dia 3 de janeiro deste ano, jogando os 90 minutos. A partida terminou 2 a 1 para o time catarinense.

Naturalmente, os desempenhos não passaram despercebidos por gigantes do futebol nacional. Tanto é que, neste ano, ele recebeu sondagens de Palmeiras e Vasco. Porém, o atacante não se deslumbra. Com visão mais prudente, ele prefere comentar sobre a chance de atuar com seu irmão nos profissionais do Retrô e a paixão que tem pelo futebol:

“Não levo essa pressão. Sei que preciso passar por todas as etapas para atingir o meu potencial. Claro que almejo chegar aos profissionais, mas não tenho pressa. As coisas acontecem no tempo certo. Sigo trabalhando pra isso. Já joguei com meu irmão algumas vezes no sub-20 e no sub-17 porque eu subia pra jogar no sub-17 e ele tava lá. Seria maravilhoso se pudéssemos jogar juntos no profissional. Acho que seria a coroação do sonho da família, né? (risos) O futebol é a paixão de todos lá em casa, torço muito para chegar esse dia.”