Recentemente, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) iniciou a veiculação de uma série de entrevistas denominada “O Jogo Sagrado” com personagens que disputarão a Copa do Mundo no Qatar por seleções da América do Sul.
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E um dos últimos entrevistados pela entidade que rege o esporte no continente foi o zagueiro uruguaio Josema Giménez, figura que está a caminho de sua terceira disputa dessa magnitude. Feito esse que, apesar da notória grandeza, não é algo que está fixado na mente do defensor de 27 anos que, desde 2013, defende também as cores do Atlético de Madrid.
” (Jogar a terceira Copa do Mundo) Não é algo que fico pensando constantemente. Trato de evoluir profissionalmente onde estiver jogando e fazer minha carreira futebolística de forma que, quando me aposentar, me sentir orgulhoso de tudo que tiver feito”, garantiu.
Relembrando o seu primeiro compromisso defendendo a equipe principal charrua, Josema relembrou o caráter decisivo que possuia o embate com a Colômbia, em setembro de 2013, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do ano seguinte, no Brasil. Na oportunidade, o triunfo por 2 a 0 deixou o Uruguai colado no Equador, com 22 pontos e em quinto lugar, ocupando o posto de disputa da repescagem.
Tamanho era o surrealismo do cenário que Giménez chegou a reconhecer que, somente com o atual grau de maturidade, ele consegue dimensionar o tamanho da importância que teve aquele triunfo. Apontando que, naquela época, ele sequer conseguia imaginar o peso do jogo disputado no Centenario:
“Com 18 anos, jogar uma partida de Eliminatórias com esse peso onde só valia ganhar, porque era isso que valia, e esse grau de pressão que existia… não vou mentir pra você, eu sequer conseguia imaginar a realidade que eu estava vivendo. Hoje, se eu pensar nessa situação e tiver que vivê-la, me faz tremer um pouco, a ansiedade, me corroi por dentro e eu lembro que, naquele momento, eu não sentia nada. É uma lembrança maravilhosa pra mim.”
Josema Giménez também disse na entrevista que enxerga o estilo de jogo do selecionado tanto nos últimos anos de Óscar Tabárez como sob o comando de Diego Alonso sendo diferente do que enxergava na década passada, por exemplo. Todavia, sem deixar de enfatizar que o comportamento baseado na conhecida dedicação dos atletas uruguaios é algo considerado como inegociável:
“Eu acho que, nos últimos anos, a qualidade dos jogadores mudou um pouco o estilo de jogar. Foram avaliadas as possibilidades e isso fez com que o treinador que estava antes (Óscar Tabárez) e o atual (Diego Alonso) tenham entendido que o futebol que se joga agora não é o mesmo de dez anos atrás. Porém, é verdade que o uruguaio jamais deixa de lado o seu espírito lutador, o sacrifício, ser constante. Acho que isso é algo que o uruguaio não perde nunca. Isso faz com que, mesmo sendo tão poucos que somos, apenas três milhões, consigamos fazer com que haja uruguaios por todos os lados. Você pode jogar bem, mais ou menos, errar três passes ou até mesmo um gol feito, mas o que você não vai errar é na atitude, no sacrifício. Deixar a alma pelo companheiro, defender a camisa que você está usando.”