Em uma longa entrevista concedida para a rádio argentina La Red, o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, se mostrou favorável com que o período de treinos e elaboração dos protocolos de segurança visando a volta do futebol no país sejam definidos mais rapidamente.
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Mostrando tom de firmeza, o técnico que pode ser considerado o mais bem sucedido dos últimos anos no futebol argentino pontuou que sentiu um clima de indecisão e até mesmo de lentidão para que as autoridades competentes começassem a pensar nos planos de retorno.
“Poderíamos ter começado a dialogar, a compartilhar informação faz tempo para que o tema não fosse tão pesado. Dentro dos protocolos, poderia se iniciar as atividades de alguma maneira, gerar um diálogo que não se via, não havia muito desejo… manifestei isso através do presidente de nossa instituição (Rodolfo D’Onofrio). Não havia vozes oficiais que dissessem onde estávamos, até onde iríamos. Seguíamos com muita incerteza. Pelo o que eu falo com jogadores e treinadores, tenho vozes alinhadas com esse sentimento, de que o assunto não se sustenta mais”, descreveu.
Fortalecendo o discurso da sensação de falta de liderança no tema, Gallardo chegou a falar em “silêncio” que “gerou grande indignação”:
“Não tenho desejo de furar a quarentena nem de sair para comer um churrasco com os amigos, sair para o shopping. Tenho o desejo de sair e fazer meu trabalho com os protocolos e cuidados necessários, sabendo que estamos em uma situação difícil. Se não for para agora, será para mais adiante. Mas tínhamos que debater sobre possibilidades e ideias e não ficarmos em silêncio. Houve muito silêncio e isso me gerava uma grande indignação. Não poderia estar em minha casa tranquilo, esperando”, disse o Muñeco.
O treinador do time Millonario concluiu que ainda se sente inseguro para especificar qualquer tipo de data para retomada dos torneios. Porém, questiona a generalização das proibições baseado em questões de circulação do coronavírus nas diferentes regiões da Argentina.
“Não sei se vai ocorrer (a volta) a curto ou médio prazo. Necessito da minha atividade, me energizar do que faço. Não sei se vamos jogar em setembro outubro, não sei se vamos jogar esse ano… mas porque não podem treinar os jogadores ou as equipes de províncias onde não há circulação do vírus? Por que restringir-lhes essa possibilidade? O jogador não pode voltar com normalidade depois de 120 dias sem jogar. É muito injusto, mas temos que passar por isso”, concluiu.