Futebol Sul-Americano: celeiro de jovens promessas ou mercado exportador?

Foto: Reprodução/Futebol Latino

*Por Juliano Rangel

Na última semana, o Real Madrid confirmou a contratação do zagueiro brasileiro Éder Militão, que desembarcará no Santiago Bernabéu na próxima temporada por 50 milhões de euros, após se destacar com a camisa do Porto. A negociação levantou um velho debate nos países da América do Sul: o futebol sul-americano revela ou exporta mais jogadores?

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Para se ter uma ideia, a venda de Militão representa a primeira das nove maiores valorizações de jogadores da história do Porto, sendo sete envolvendo atletas sul-americanos. A negociação acontece menos de um ano depois do mesmo zagueiro brasileiro ter saído do São Paulo rumo a equipe portuguesa pela bagatela de apenas 4 milhões de euros. Confira as outras vendas realizadas pelo Porto:

O que mais impressiona são os valores pelos quais os jogadores saem da América do Sul e a valorização dos mesmos, que depois se refletem nas futuras negociações dentro do continente europeu.

Segundo dados de uma pesquisa, baseada em dados oficiais da FIFA, realizada pela empresa brasileira de consultoria Sports Value, em 2018, o Brasil foi o país sul-americano que mais ganhou com a venda de jogadores, chegando ao saldo de 383 milhões de dólares, seguido da Argentina com 198 milhões de dólares, Uruguai 56 milhões de dólares e Colômbia com 37 milhões de dólares.

Voltando ao continente europeu, nos oito clubes das quartas de fina da UEFA Champions League, 47 sul-americanos atuam, sendo que 12 destes jogadores possuem 23 anos ou menos. Destaque, novamente, para o Porto que conta em seu plantel com três sul-americanos com menos de 23 anos.

Com todos esses relatos e números, o que se mais vê são as jovens promessas sul-americanas saindo cada vez mais cedo de seus países, muitas vezes sem estrear em seus clubes formadores ou sem serem conhecidos por suas respectivas torcidas. A pergunta é: esse processo se tornou irreversível?

Ao que parece sim, já que muitos destes “meninos” começam a ser observados e negociados ainda nas competições de base. Só para frisar esse ideia e encerrar essa breve reflexão, mais um dado que comprova as grandes cifras arrecadadas por brasileiros e argentinos com negociações.

De acordo com um estudo divulgado, em 2018, pelo CIES Football Observatory, Brasil e Argentina, ao lado da França, se destacam como os maiores fornecedores de jogadores para o mercado mundial. Confira os dados:

Foto: Reprodução/Blog Olhar Crônico Esportivo
Foto: Reprodução/Blog Olhar Crônico Esportivo

O estudo ainda mostra que o mercado português é o maior destino dos brasileiros e afirma que “… o jogador brasileiro é o único verdadeiramente global no mercado profissional de futebol, presente em 80 das 91 ligas analisadas nesse estudo.”

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