Futebol feminino: FIFA publica primeiro relatório abrangente sobre o desenvolvimento

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Foto: Rodrigo Gazzanel/Divulgação/Corinthians

*Por Agência Conversion

Da proibição da prática à obrigatoriedade da existência em clubes da Série A para torneios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e equipes que pretendem disputar torneios realizados pela Conmebol, casos da Libertadores e da Sul-Americana, o futebol feminino tem aparecido com mais frequência no cotidiano das pessoas, seja nas redes sociais ou na televisão.

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O empenho das confederações para tornar a categoria mais vista, jogada e amparada tem rendido frutos para a modalidade e, em especial, para o aumento de público e investimento no futebol feminino. Recentemente, a FIFA publicou seu primeiro relatório abrangente sobre a profissionalização da área em todo o mundo. Na América do Sul, o único clube estudado foi o Corinthians, que mantém um time feminino anterior à obrigatoriedade.

Na análise, a FIFA cita o pioneirismo do clube neste ramo ao firmar uma parceria com o Audax, em 2016, e, em 2018, criar seu próprio elenco profissional. Assim, a trajetória da equipe, hoje bicampeã da Libertadores, do Campeonato Brasileiro e Paulista, é vista como “a mais renomada do futebol feminino na América do Sul”.

“Nós realizamos entrevistas com partes que impactaram positivamente no desenvolvimento e na profissionalização do futebol feminino para analisar processos, estratégias e narrativas atrás desses números”, escreveu a FIFA no início do relatório.

A análise

No relatório, há perceptíveis diferenças entre as modalidades masculina e feminina como o investimento para montar a equipe que, atualmente, beira US$ 700 mil – o equivalente a R$ 3,6 milhões, em média. O retorno também não se equipara, já que apenas 13% das equipes geram receita de mais de US$ 1 milhão e 70% dos times ainda geram perdas financeiras.

Entretanto, as discrepâncias entre as modalidades têm ainda carga histórica e cultural, já que o futebol masculino é o esporte mais popular do mundo enquanto o feminino ainda é visto com certa relutância. Apenas nos últimos anos, a categoria conseguiu adentrar os espaços públicos e ocupar uma grade na TV aberta com as transmissões da Copa do Mundo, em 2019. No mesmo ano, a partida entre Atlético de Madrid e Barcelona quebrou o recorde de público no futebol feminino, com 60.739 pagantes no estádio.

Na mesma linha, a média de idade em que as jogadoras começam a jogar no futebol profissional é de 23 anos enquanto para os homens, normalmente, a estreia no elenco principal acontece ainda antes dos 20, e, aos 23, já são considerados “velhos”. As transferências milionárias de atletas jovens da América do Sul para a Europa seguem esse padrão e, quanto mais avançada a idade do jogador, menor é seu passe para os clubes europeus.

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Destaque para o Corinthians feminino

A FIFA cita a cooperação e integração entre as equipes masculina e feminina no clube paulista, além da estruturação administrativa na manutenção das condições de treino e jogo das atletas.

“Um exemplo de visão de futuro do Corinthians com abordagem ao futebol feminino era evidente durante a Copa Libertadores da América Feminina de 2019 onde o Corinthians ergueu o troféu após uma jornada desafiadora, que foi superada graças à contribuição de todos os funcionários, incluindo um psicólogo e um cientista do esporte, que desempenhou um papel fundamental no preparo da equipe”, afirma a entidade.

O clube ressalta que o sucesso se deve à integração dos setores gerais, como a presidência, e à administração da equipe feminina. Assim, contratações, estruturação da base e do elenco, além de questões fisiológicas, como melhoras na alimentação, com fontes de proteína integradas e uso de equipamentos de ponta para treinamentos e diagnósticos, são fundamentais.

Assim, “criou-se um bom ambiente para otimizar a equipe de desempenho, tanto esportivo, quanto do ponto de vista comercial”, conclui o relatório.

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