A princípio não é muito comum a modificação em mando de campo que houve para o grande clássico entre Flamengo e Fluminense que será realizado amanhã (20) às 16h no estádio do Pacaembu. Entretanto, essa não é a primeira vez que clubes do chamado “Eixo Rio-São Paulo” viajam para mandar suas partidas no estado vizinho.
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A série mais marcante desse tipo de situação aconteceu há mais de 50 anos atrás, mais precisamente quando o futebol nacional era praticamente dominado por uma brilhante e absolutamente inesquecível geração do Santos, que continha o mágico time bicampeão da Libertadores, Mundial Interclubes e tantas outras conquistas com Pelé, Coutinho e cia.
Em entrevista que foi concedida pelo historiador Guilherme Gomes Guarche ao site globoesporte.com, ele justifica que a viagem feita até o estádio do Maracanã para que o Alvinegro Praiano mandasse cerca de seis jogos no Rio visava fundamentalmente uma renda maior e também uma certa “fuga” da capital paulista:
“O Santos jogava (no Maracanã) porque na Vila Belmiro cabia 15 mil e queria uma renda maior. Com a popularidade de Pelé e cia., não tinha por que ganhar pouco dinheiro. E por que não jogar em São Paulo? Porque Santos fugia da torcida de lá. Se jogasse no Pacaembu, por exemplo, teria minoria de santistas, e os rivais para torcer contra. Já no Rio de Janeiro, torcedor carioca apoiava. Cidade praiana como Santos. Torcedor queria ver Pelé no auge.”
Existiram críticas por parte da imprensa paulista na época por essa atitude do Santos mas, no aspecto financeiro e atrativo de público, não há como argumentar que a medida não foi altamente positiva para o clube de Vila Belmiro.
Se somados os seis jogos feitos pelo time da Baixada Santista como mandante na Cidade Maravilhosa (três em finais de Mundial Interclubes ainda no formato antigo, dois pela Libertadores e um pela Recopa Sul-Americana), foram mais de 455 mil pessoas que presenciaram vitórias contra Benfica (Portugal), Milan (Itália), Boca Juniors e Peñarol além de uma derrota para o Independiente.