18 anos depois de ter ouvido o conselho de um nome famoso dentro do mundo do futebol, o ex-treinador holandês Louis Van Gaal, o ex-jogador brasileiro Geovanni, que trabalhou com o profissional europeu no Barcelona, admite sentir arrependimento por não seguir um conselho dado por Van Gaal.
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Em entrevista que concedeu a ESPN, o brasileiro que hoje atua como empresário de atletas relatou que foi aconselhado pelo técnico que chegava ao clube catalão para substituir Carlos Rexach para que se transformasse em ala.
Algo que, na visão do holandês, o garantiria por um bom tempo na titularidade do Barça além de “escapar” da alta competitividade existente no setor que ele costumava atuar, mais avançado.
“Depois que o Van Gaal assumiu, um dia ele me chamou para conversar: ‘Geovanni, preciso que você jogue como ala. Se você jogar como ala, ficará aqui no Barcelona durante 10 anos sendo titular. Na sua posição no ataque, você tem muita gente para disputar, como Saviola, Rivaldo e Kluivert, e vai ficar difícil para você’. Ele ia colocar um sistema de três homens atrás e eu seria o ala. Na época, infelizmente, eu não tinha esse entendimento. Se o Van Gaal falasse isso comigo hoje, eu diria que aceitaria jogar até no gol, se fosse possível (risos). Mas, na época, eu disse a ele que queria jogar na minha posição. Meu entendimento foi um pouco precipitado naquele momento. Com a experiência que tenho hoje, teria aceitado jogar como ala”, disse Geovanni, completando:
“Claro que eu ia ter trabalho no início, mas eu conseguia marcar, era aplicado, poderia aprender muito mais. Eu era veloz, chutava bem, cruzava bem… Era uma posição em que eu poderia ter me destacado muito! Tanto é que, anos depois, chegaram jogadores como Daniel Alves, que foi multicampeão nessa posição, e o Belletti, por exemplo. Eles fizeram muito sucesso. A leitura do Van Gaal era que eu poderia ser um destaque nessa posição, que era uma carência do clube naquele momento. Eu não entendi, infelizmente… As oportunidades passam. Quando temos uma oportunidade, temos que abraçar. Só depois da maturidade é que olhamos para trás, e hoje eu me pergunto: por que não aceitei fazer essa função, que nem seria difícil de fazer, pelas minhas características? Mas, como passou, serve de alerta, porque deixei uma oportunidade muito grande escapar pelas minhas mãos.”
Além do Barcelona onde fez 43 partidas com três gols e três assistências, Geovanni defendeu também em sua carreira Cruzeiro, América-MG, Red Bull Bragantino e Vitória no futebol nacional além de Benfica, Hull City e Manchester City na Europa e o San José Earthquakes na Major League Soccer (MLS).