Quanto vale a gratidão? Para alguns astros do esporte, retribuir para o mundo todo o sucesso conquistado chega a ser até mesmo mais importante do que marcar um gol ou levantar uma taça. Visando oportunizar um futuro melhor e, principalmente, relembrando muitas das dificuldades que tinham no passado, atletas como Neymar, Serena Williams (tênis), Lebron James (basquete) e tantos outros não poupam esforços. É dessa vontade de transformar destinos que surgem diversos institutos beneficentes baseados na educação, na prática de esportes e que, ainda por cima, geram empregos.
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Um dos últimos a lançar seu trabalho social foi o atacante Vinícius Jr, do Real Madrid. O projeto, que carrega seu próprio nome (Instituto Vini Jr) promoveu um leilão beneficente comandado pelo craque da Seleção Brasileira no decorrer da semana passada. Na ocasião, personalidades, artistas, esportistas e convidados especiais arrecadaram cerca de 600 mil reais para a organização. O instituto do atleta formado na base do Flamengo e que tem cerca de um ano de existência atua na área da educação, levando tecnologia e inovação para as escolas públicas brasileiras.
De acordo com Renê Salviano, CEO da agência de marketing esportivo Heatmap e com vasta experiência em captação de patrocínios e projetos especiais em esportes, esse engajamento é um trunfo que o sucesso entrega nas mãos das estrelas. Dessa forma, saber usá-lo para o lado beneficente é uma atitude louvável:
“A força de imagem e do engajamento que um super atleta tem precisa ser usada ao máximo. Principalmente, em pautas onde o objetivo é tornar o mundo um lugar um pouco melhor. Eu diria que é quase uma obrigação desses atletas e personalidades. Tentar devolver para a sociedade um pouco de todo esse carinho que recebem, é uma bela atitude.”
Outro que dá exemplo quando o tema é solidariedade é o atacante Sadio Mané, multicampeão com o Liverpool e recém-contratado pelo Bayern de Munique. Senegalês nascido em uma comunidade pobre onde sequer tinha acesso a saúde e educação básica, o jogador coleciona feitos para os que hoje ainda vivem em sua terra. Tirando fundos do próprio bolso, o atleta concluiu a construção de um hospital, inaugurou o primeiro posto de gasolina de sua cidade além de, recentemente, ter instalado uma antena que possibilitou a chegada da internet 4G e outras obras básicas. Isso sem falar no financiamento de escolas e doações de equipamentos de futebol para incentivar a prática do esporte.
Para Armênio Neto, especialista em novos negócios do esporte, o intuito dos projetos desenvolvidos por esses e outros atletas vai além do aspecto solidário. Segundo ele, são instituições como essas que passam a credibilidade que grandes empresas precisam para também ajudarem e colaborarem com a comunidade:
“É fantástico ver atletas genuinamente interessados em devolver para a sociedade uma parte do que recebem pelo seu talento. E todos saem ganhando: o atleta fortalece sua imagem de forma autêntica, as marcas podem apoiar projetos sérios e de impacto e as comunidades beneficiadas, que normalmente são os bairros onde esses craques cresceram, recebem uma série de benefícios e serviços que, certamente, o Estado não proveria.”
Além de Neymar e Vinícius Jr, outros importantes nomes do esporte brasileiro também tocam projetos sociais. É o caso, por exemplo, do meia Lucas Moura, do Tottenham, do ex-tenista Gustavo Kuerten e do surfista Gabriel Medina. Internacionalmente falando, os craques Messi e Cristiano Ronaldo também possuem seus institutos bem como o ex-nadador norte-americano e recordista olímpico Michael Phelps.