*Por Mariana Pereira – Colaboradora do Futebol Latino
Até onde pode chegar um time considerado pequeno, de pouca expressão e sem muita tradição no futebol? Se depender do Independiente del Valle, longe, muito longe. Fundado em 1958, o clube de Sangolquí, no Equador, provou isto ao eliminar o atual campeão da Libertadores, o River Plate, na última quarta-feira (4) em pleno Monumental de Núñez, mesmo perdendo por 1 a 0 – já que venceu o primeiro confronto das oitavas por 2 a 0.
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Muitos podem chamar o feito de merecimento, outros, de sorte. O que se viu na Argentina foi um time aguerrido, determinado e que foi capaz de segurar as 36 finalizações dos donos da casa. Mas a classificação começou no dia 28 de abril, em um exemplo de que futebol não é apenas dentro das quatro linhas.
Na partida em que foi mandante, o Independiente convocou o país inteiro para dentro do Estádio Olímpico Atahualpa e doou toda a renda às vítimas do último terremoto que assolou o Equador.
Inclusive, é do General Rumiñahui (nome de um personagem histórico que representa a luta e que batiza o estádio do Independiente) que vem a maior inspiração dos equatorianos. A predição “Futuro Campeão do Equador” está estampada nos muros e exemplifica onde querem chegar os comandados de Pablo Repetto. A melhor colocação no campeonato nacional foi em 2013, como vice, feito que chamou a atenção dos adversários.
A cidade com 75 mil habitantes viu o Independiente evoluir a partir de 2006, quando o Independiente del Valle foi comprado por um grupo de empresários. De lá para cá, campeão da terceira divisão, em 2007, campeão da segunda divisão em 2009, chegada à elite do campeonato equatoriano em 2010 e três participações consecutivas na Libertadores da América (2014, 2015 e 2016).
Pela primeira vez, um mata-mata em um torneio continental. Colo-Colo e River Plate já ficaram pelo caminho, agora a bola da vez é o Pumas. Se a profecia gravada em seu estádio se concretizará, não saberemos por enquanto – o Campeonato Equatoriano ainda está em disputa -, mas por que não sonhar mais alto e, quem sabe, mudar de “Futuro Campeão do Equador” para “Futuro Campeão da América”?