Esquadrões Libertadores: 1962 – Santos de Pelé quebra a hegemonia do Peñarol

Foto: Santos

Nesta quarta-feira, o Futebol Latino dá sequência ao quadro ‘Esquadrões Libertadores’ e relembra os fatos que deram ao Santos de Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe o título do torneio continental da temporada 1962.

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Com a soberania do Peñarol nas duas primeiras edições, o time uruguaio entrou como o principal favorito para conquistar o tricampeonato. Sem a Venezuela, que não mandou representante, a Liberta foi disputada com apenas nove equipes e o regulamento contou com três grupos de três equipes.

Campeão Brasileiro de 1961, o Santos representou o Brasil e caiu no grupo A, junto com Cerro Porteño (PAR) e Deportivo Municipal (BOL). A campanha foi quase perfeita com três vitórias e um empate.

Líder da chave, o Peixe ganhou o direito de jogar a semifinal e o adversário foi a Universidad de Chile. Empate na ida por 1 a 1 e vitória na Vila Belmiro por 1 a 0. O gol da classificação foi marcado por Zito.

Na grande final foi a vez de encarar o Peñarol, que entrou cercado de favoritismo. O primeiro encontro aconteceu no Centenário de Montevidéu. Nem mesmo o artilheiro Spencer, que abriu o marcador para os mandantes, foi capaz de segurar o Peixe. Coutinho anotou dois gols e encaminhou a taça para o Brasil.

Na volta, um dos jogos mais lendários da Libertadores da América foi realizado na Vila Belmiro. Com a vantagem de jogar pelo empate, o Santos vencia o Peñarol por 2 a 1 quando Spencer entrou em cena. O atacante escorou o cruzamento e deixou tudo igual. Porém, o goleiro Gilmar alegou que um atleta carbonero havia jogado terra em seus olhos. Após muita reclamação e com direito a garrafada da torcida no bandeira, o gol foi validado.

Na reta final, quando a taça era quase realidade ao time brasileiro, Sasía colocou o Peñarol a frente em novo lance repleto de polêmica. Quando o jogo recomeçou, o Santos pressionou e empatou com Pagão. O duelo foi encerrado, a torcida invadiu o campo, mas nada disso valeu. O árbitro Carlos Robles colocou na súmula que o jogo tinha encerrado antes do gol de empate santista e só seguiu o duelo para evitar problemas com a torcida da casa, justificativa aceita pela Conmebol.

No terceiro encontro, desta vez, em Buenos Aires, o Peñarol não contou com as artimanhas da Conmebol e acabou derrotado por 3 a 0, com gols de Coutinho e Pelé (2). O resultado deu ao Brasil o primeiro título na competição e consagrou uma geração de ouro.

Campanha

Deportivo Municipal (BOL) 3×4 Santos
Santos 6×1 Deportivo Municipal (BOL)
Cerro Porteño (PAR) 1×1 Santos
Santos 9×1 Cerro Porteño (PAR)
Universidad Católia (CHI) 1×1 Santos
Santos 1×0 Universidad Católica (CHI)
Peñarol (URU) 1×2 Santos
Santos 2×3 Peñarol (URU)
Santos 3×0 Peñarol (URU)

Time-Base: Gilmar; Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.

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