Situação revelada há pouco mais de uma semana ao público, mas investigada há pelo menos seis meses pela polícia da Paraíba, um esquema de manipulação de resultados envolvendo até mesmo o atual campeão Botafogo-PB e o chefe da comissão de arbitragem regional, José Renato Soares, foi destaque em programa da noite de ontem (15) na TV Globo.
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No tradicional programa noturno de domingo, o Fantástico, foi exibida uma longa reportagem onde depoimentos dos responsáveis pelas investigações relatam em detalhes como se dava o funcionamento do esquema que, segundo as informações passadas, envolvem todos os clubes que disputaram o Paraibano 2018.
O início da chamada Operação Cartola só foi possível porque cinco árbitros da Federação Paraibana de Futebol resolveram se apresentar a polícia para denunciar o fato. Segundo um deles, em entrevista que preservou sua identidade, os valores de propina pagas por dirigentes dos clubes podia variar de 10 a 35 mil reais dependendo do estágio da competição.
Segundo o delegado da Polícia Civil da Paraíba, Lucas Sá de Oliveira, nem mesmo o fato dos sorteios de árbitros dos jogos serem filmados e transmitidos via internet servem como argumento de idoneidade já que as investigações revelam que os clubes escolhiam os árbitros de acordo com seus interesses.
“Esse sorteio, na verdade, é um mero teatro. O que é sorteado ali está atendendo diretamente ao pedido dos dirigentes.”
Como medida de prevenção, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendeu temporariamente os árbitros e assistentes vinculados da Federação Paraibana de Futebol das competições nacionais.
Segundo a reportagem, a diretoria do Botafogo-PB além dos árbitros Francisco Santiago e João Bosco Sátiro, citados em situações que ilustram as denúncias na operação que investiga pelo menos 80 pessoas, não quiseram comentar o caso.
O único a comentar a situação que foi mencionado no conteúdo exibido foi o presidente da Comissão de Arbitragem. Segundo ele, as denúncias não procedem:
“Ninguém admite tratativas de qualquer tipo que venham a resultar em manipulação de resultados. Isso para mim é um absurdo.”