*Por Agência Conversion
As preparações do Catar para a Copa do Mundo de 2022 não serão impactadas pelo bloqueio imposto ao país por alguns dos vizinhos do Golfo, envolvidos em uma crise diplomática, segundo afirmou o Comitê Organizador do próximo Mundial.
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Hassan al-Thawadi, secretário-geral do Supremo Comitê de Entrega e Legado, disse que, apesar da ação unilateral de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, assim como Egito, que tem fortes laços com Doha, o país não terá problemas para organizar o evento daqui três anos.
“Acho que é uma prova da resiliência do Catar e do povo catari em termos de estarem prontos para superar cada obstáculo”, disse Thawadi. “E, agora, nós estamos focando nas entregas, que estão caminhando muito bem”, completou durante uma audiência em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial. “Os projetos estão em dia e nós estamos prontos para receber e mostrar ao mundo a próxima Copa”.
O Catar venceu as propostas de Austrália, Japão, Coreia do Sul e dos Estados Unidos em 2010 para ter o direito de sediar a Copa, se tornando o primeiro país árabe a recebê-la. Uma das promessas à época era criar um legado para o Oriente Médio, mas, em junho de 2017, os vizinhos do Golfo Pérsico, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Bahrein, cortaram relações políticas, diplomáticas e econômicas com o Catar, impondo, além disso, um embargo por terra, ar e mar aos cataris na península.
Os países, além do Egito, acusam o Catar de apoiar o terrorismo e de desestabilizar a região, acusações que Doha nega. “Nós sempre dissemos que a Copa é um torneio regional, que é um evento para as pessoas da região, e nós estamos trabalhando muito forte para garantir que as pessoas da região sejam beneficiadas com ela”, completou al-Thawadi.
Em um momento de encantamento com a seleção catari, que chegou e venceu a final da Copa da Ásia contra o Japão, disputada nos Emirados Árabes, o porta-voz disse que o Mundial não vai servir apenas para fortalecer o futebol na região, mas como terá efeitos positivos em todo o Oriente Médio, economicamente e socialmente. “Nós estamos trabalhando para alcançar todos os benefícios possíveis para o Catar, para o Oriente Médio e para o mundo árabe”.
As preparações estão em dia no país, com sete estádios com tecnologias modernas, como abertura de ar para os dias de calor, sendo construídos especialmente para o torneio. Lusail City, a cidade construída do zero para a Copa, já tem até leilões de imóveis organizados para povoá-la e algumas arenas foram inauguradas no ano passado.
A Fifa afirmou recentemente que está considerando expandir o Mundial de 2022 de 32 para 48 seleções, com a possibilidade do Catar compartilhar a sede do campeonato com algumas outras nações do Golfo. Uma decisão definitiva sobre a expansão da Copa será tomada em março, quando o conselho da entidade se encontrará em Miami, nos EUA.
O Catar também está sob intenso escrutínio em relação ao tratamento dado aos migrantes trabalhadores e grupos de direitos humanos já expressaram preocupações com a segurança dos canteiros de obras dos estádios. Três fatalidades envolvendo operários já foram registradas e nove mortes de trabalhadores fora do período de trabalho foram relatadas às autoridades locais. Segundo al-Thawadi, o governo do país está fazendo “progressos significativos” para proteger os funcionários, mas “há mais trabalho a ser feito”.
“Eu não acho que nenhuma nação pode levantar seus lauréis e dizer que tudo está bem com relação às reformas trabalhistas, e com o Catar não é diferente”, disse. Em 2017, a ONU retirou todas as queixas registradas contra o Catar depois que o governo aprovou um novo projeto de lei introduzindo um salário mínimo e proteção para o trabalho estrangeiro.
A Copa do Mundo do Catar começará no dia 21 de novembro de 2022, com a final sendo decidida no dia 18 de dezembro.