Ele chegou a largar o futebol, mas hoje pensa em seleção uruguaia

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Foto: Divulgação/Fénix

O mundo do futebol é cheio de reviravoltas e o zagueiro brasileiro Léo Coelho, hoje com 27 anos, sabe bem disso. Após fazer uma ótima Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Nacional-SP em 2012, o jogador rapidamente cresceu no futebol brasileiro. Em 2014, disputou a primeira divisão do paulista pela Penapolense .e em 2015. a Série B pelo Paraná, até ser contratado pelo Santos em 2016.

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Na equipe do litoral paulista, no entanto, o zagueiro não conseguiu se firmar. Sem receber chances na equipe principal, o jogador ficou um ano e meio no time B do Santos até ser transferido para a Portuguesa. Foi aí que a carreira de Léo começou a chegar nos seus momentos mais delicados.

“Depois de jogar a série A2 pela Portuguesa em 2018 eu demorei a encontrar um lugar para jogar. Foram oito meses desempregado”, contou.

Em 2019, o jogador foi contratado pelo Comercial-SP e jogou a Série A3 do estadual pela equipe de Ribeirão Preto, mas novamente teve dificuldades para prosseguir com a carreira. Após quatro meses desempregado, o zagueiro teve que tomar uma decisão difícil.

“Meu filho estava chegando, então conversei com a minha mulher e meus pais e decidi largar o futebol. Estava me preparando para virar motorista de aplicativo e já tinha arrumado outro emprego fixo, que ia começar numa segunda-feira. Só que na quarta-feira anterior eu recebi uma ligação da OTG (empresa que hoje representa o atleta) me falando sobre a oportunidade de fazer um teste de duas semanas, e eu fui”, revelou.

O teste em questão era no Fénix, equipe da primeira divisão uruguaia. Léo não apenas impressionou a ponto de garantir uma vaga no elenco, como em 15 dias já estava na equipe titular.

“Felizmente minha adaptação no Uruguai foi muito rápida. Em pouco tempo eu já tinha conquistado a confiança e o respeito da comissão técnica e dos meus colegas de time”, destacou.

Melhor que Godín’.

Com 1,89m de altura, logo em seu primeiro ano, Léo Coelho já mostrou suas credenciais no Fénix. Em 2019, o jogador participou de 18 partidas pela equipe, marcando cinco gols. Três desses foram na partida contra o Defensor, se tornando o primeiro zagueiro estrangeiro a marcar um hat-trick na primeira divisão uruguaia.

A boa fase não se limitou apenas aos gols. Na sua segunda temporada no país, a consistência defensiva e a liderança do jogador já renderam a faixa de capitão do Fénix para Léo.

O seu treinador, Juan Ramón Carrasco, ex-jogador do São Paulo e com passagem como técnico pelo Athletico Paranaense, chegou a comentar em entrevista a uma rádio em agosto do ano passado que Léo estava em uma fase melhor que a do zagueiro uruguaio Diego Godín.

“Ele (Léo Coelho) tem tudo. Marcação, saída de bola, vai bem na bola aérea defensiva e ainda define como um camisa 9. E para mim, com todo respeito que tenho ao (Diego) Godín, ele está melhor que Godin”, afirmou o treinador na ocasião.

O brasileiro, no entanto, fala que não gosta da comparação, mas que consegue ver ela como um elogio.

“O nível de competição do Godín é muito diferente, simplesmente não dá para comparar. Mas entendo como um elogio, até porque depois disso eu tive uma boa sequência, então por mais que os comentários fossem exagerados deu pra ver que tinha algum fundamento”, ressaltou.

Apesar de considerar que ainda está longe do nível de Godín, o brasileiro diz que seria uma honra jogar ao lado dele pela seleção uruguaia. Léo está em seu terceiro ano no país e precisa de mais dois para conseguir a cidadania.

“Jogar pelo Uruguai seria um sonho. Ainda tem um tempo até isso poder virar realidade, então eu continuo trabalhando e focado nos objetivos do Fénix. Mas seria uma honra vestir a Celeste”, afirmou.

2021

Apesar de ter se consolidado na equipe, o ano não começou fácil para Léo Coelho. O jogador passou as férias no Brasil e devido às restrições de acesso ao Uruguai por conta da pandemia, voltou aos treinos apenas no dia 16 de janeiro, enquanto o restante da equipe se preparava para o Clausura desde o dia 5. Além disso, o jogador precisou voltar sem a família para o país.

“Por enquanto estou sozinho em Montevidéu. A federação de futebol daqui (Associação Uruguaia de Futebol) já fez o pedido de liberação das famílias dos jogadores, e a expectativa é que eles já possam estar comigo na próxima semana”, disse.

Dentro de campo, o jogador começou com tudo. A estreia de Léo Coelho em 2021 foi contra o Plaza Colonia, na última sexta-feira (29), e o zagueiro já balançou as redes, marcando o primeiro gol do Fénix no empate por 3 a 3. Além do gol, a boa atuação também rendeu ao jogador a vaga na seleção da terceira rodada do Campeonato Uruguaio.

“Fiquei feliz em ser eleito para a seleção da semana e mais ainda por ajudar o Fénix a continuar brigando pela vaga na Copa Sul-Americana. Em 2020 a gente já tinha conseguido a classificação e chegamos nas oitavas, e quero ajudar a repetir o feito e quem sabe chegar mais longe na competição”, completou.

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