O futebol boliviano já vivia dias tenebrosos antes da paralisação das competições por conta da pandemia do novo coronavírus. Contudo, com a pausa e a interrupção de diversas receitas, o panorama passou de preocupante para o pior da história segundo relato de um dirigente da Federação Boliviana de Futebol (FBF).
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Robert Blanco, vice-presidente da entidade máxima do esporte no país, pontuou em palavras ditas ao jornal Los Tiempos que jamais viu algo parecido em sua trajetória no futebol que ocorre desde o ano de 1987:
“Eu fui dirigente de 1987 a 1992 no Destroyers. Depois, fui de novo em 2015 com Pedro ‘Choco’ Rivero e, em todo esse tempo, nunca vi essa crise. Jamais ouvi presidentes dizerem que não querem ser participantes de um debate institucional. Isso aconteceu com várias equipes como Sport Boys, Universitario, Petrolero. Cada ano um ou dos clubes com dificuldades econômicas, mas agora ver tantas equipes em dificuldade é algo que nunca se viu antes.”
Além de antecipar que alguns presidentes de clubes ameaçaram renunciar se não houver um acordo entre entidades e atletas para readequações salariais e quitação de débitos, Robert explicou como a FBF tem trabalhado para minimizar os efeitos da pausa.
“Foi chamado um Conselho Superior da Divisão Profissional onde os 14 clubes mostraram a sua preocupação pela situação e tomaram uma boa decisão porque, antes da presidente (Jeanine Añez) ditar a quarentena, já havíamos decidido jogar com portões fechados, mas aí o campeonato foi suspenso. De forma virtual nos reunimos e os 14 clubes estão preocupados com o salário dos jogadores. Formamos uma comissão para negociar com os jogadores e íamos fazer uma reunião com os capitães das equipes, mas acabamos falando com a Fabol (Futebolistas Agremiados da Bolívia) onde chegamos a decisão de pagar 50% dos salários em março e apenas 25% em abril e maio. Não aceitaram, disseram que falariam com os capitães e ficamos de fazer outra reunião. Já se passaram mais de 10 dias e não voltamos a nos reunir com os clubes”, detalhou.