Descubra onde estão os finalistas da Copa Libertadores de 2011

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Foto: Vanderlei Almeida/AFP/VEJA

*Por Tiago Emanuel

Em 2011, a Taça mais cobiçada da América do Sul foi disputada pelo Santos de Neymar e pelos uruguaios do Peñarol. Na partida de ida, um 0x0 no Centenário de Montevidéu chegou a dar um contexto dramático à final, já que a mídia brasileira esperava que o placar trouxesse à tona a diferença técnica dos dois times. Com a decisão marcada para o Pacaembu, a torcida subiu a serra e transformou o estádio em caldeirão no dia 22 de junho.

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Na partida, o Santos confirmou o favoritismo e fez 2×1 nos uruguaios. Neymar, no primeiro minuto da segunda etapa, e Danilo aos 23 minutos, abriram vantagem. O gol da estrela barcelonista veio depois de bela trama de Arouca pelo meio. Aos 34, Durval marcou contra, mas já não havia mais tempo para reação charrua. O Pacaembu explodiu em uma festa alvinegra.

Pelé, que havia levado o Santos à sua última Libertadores em 1963, era o responsável por coroar os heróis da noite. Elegante em um terno vermelho, o Rei do Futebol assistiu de camarote o triunfo santista, e não se conteve. O mais ilustre torcedor não se limitou a entregar a premiação e foi comemorar no gramado a maior conquista daquela geração da Vila.

Com todo este contexto, nada melhor que lembrar onde estão os 22 atletas que perfilaram na segunda partida daquela emocionante e histórica final.

SANTOS

Rafael – Com 21 anos na final, o arqueiro santista era uma das revelações da equipe, e passou a chamar ainda mais atenção por suas atuações. Em 2013, foi vendido ao Napoli por 5 milhões de Euros, mas viu em Pepe Reina um empecilho para assumir a titularidade na equipe. Em 2014-2015 dividiu o gol com Andujar, quando Reina foi emprestado ao Bayern, mas voltou ao banco com o retorno do espanhol. Lembrado em algumas convocações da seleção brasileira, nunca teve continuidade.

Danilo – Também membro da “garotada” do grupo, o lateral tem galgado uma considerável carreira internacional. Em 2012 foi jogar no Porto, equipe com a qual venceu a Liga Portuguesa em 2012 e repetiu a dose em 2012-2013. Na equipe lusa, o carinho dos fãs aumentava a cada boa exibição, sendo eleito em 2014 como atleta do ano pela torcida. Suas características ofensivas o levaram ao Real Madrid em 2015, que desembolsou mais de 30 milhões de Euros por seu passe. Nos merengues, tem disputado a condição de titular e pouco a pouco conquista mais Zidane. Pela seleção, tem sido preterido recentemente por Tite, em troca de Dani Alves e Fagner.

Edu Dracena – O capitão santista formava uma zaga de respeito com o mito Durval, apesar de não muito veloz. Sempre respeitado como xerife e líder das equipes em que jogou, Dracena atuou no Santos até 2014. Em 2015 pelo Corinthians, o beque não foi titular absoluto. No Palmeiras, Edu está bem próximo de conquistar o Brasileirão em 2016, e apesar de atuar na equipe, perdeu espaço com a chegada do colombiano Yerry Mina.

Durval – Considerado por muitos amantes do futebol um ídolo sem glamour, Durval nunca esforçou-se em chamar a atenção. O veterano Severino, com seus 38 anos, defende o Sport desde 2014, clube com o qual tem grande identificação.

Léo – Um dos atletas mais vitoriosos pelo Santos nas últimas décadas, Léo era um dos pilares de experiência da equipe de Vila Belmiro. Campeão junto de Robinho e Diego em 2002, ano em que a dupla explodiu no futebol brasileiro, Léo também venceu o campeonato em 2004. Após a final de 2011, o lateral ainda jogou no Santos até 2014, ano de sua aposentadoria.

Adriano – Sempre lembrado por sua combatividade na meia cancha santista, Adriano era o contraponto à categoria de Neymar e Ganso. O volante marcador foi revelado na base santista e na final estava com 23 anos. Em 2013 foi contratado pelo Grêmio, mas não teve boa repercussão de seu futebol em solo gaúcho. Passou a segunda metade de 2014 em empréstimo ao Vitória e no fim de seu contrato foi jogar no Avaí. Com uma breve passagem pelo Grêmio Novorizontino, Adriano disputa a série B pelo Goiás.

Arouca – O companheiro de Adriano no meio campo saiu-se melhor no decorrer de sua carreira. O fluminense de Duas Barras já tinha boas passagens por Fluminense e São Paulo, antes de chegar ao Peixe. Sua saída de jogo aliada ao poder de marcação sempre o destacaram. Campeão da Copa do Brasil em 2010 com o Santos e em 2015 com o Palmeiras, Arouca está junto de Edu Dracena no elenco líder do Brasileirão 2016.

Elano – Companheiro de Léo, Robinho e Diego em 2002, Elano também havia retornado ao clube que o deu projeção. Foi referência técnica na equipe, desde o estadual de 2011. Em 2012 foi envolvido em uma troca com o gremista Miralles, fazendo parceria no meio campo gaúcho com Zé Roberto. Após um período de empréstimo no Flamengo, Elano foi desbravar o futebol indiano, atuando no Chennaiyin. Voltou ao Santos em 2015, e venceu a Indian Super League com o Chennaiyin daquele ano, jogando por empréstimo.

Paulo Henrique Ganso – Camisa dez e símbolo da conquista de 2011 com o “parça” Neymar, Ganso acabou sem a mesma projeção de Ney. Em 2012 foi vendido ao São Paulo por 10 milhões de Euros. Não bastasse a rivalidade do clássico Sansão, a pressão colocada nos ombros de PH nem sempre favoreceu seu desempenho no Morumbi. Com mais de 200 jogos pela equipe e com o título da Sul-Americana em 2012, Ganso foi vendido ao Sevilla em 2016, onde ainda busca firmar-se como titular. Pela Seleção Brasileira, disputou a Olimpíada de 2012, mas ficou fora da Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em 2013 e 2014, respectivamente.

Zé Eduardo – Zé Love foi o companheiro de Neymar no ataque durante a campanha de 2011. Ao final da competição foi vendido ao Genoa, e sem os companheiros santistas para lhe municiar, o avante ficou desprestigiado. No fim de 2011 sofreu uma lesão que o tirou de combate por sete meses. Na volta ao futebol, empréstimos ao Siena e ao Coritiba. Em 2015, atuou por Shangai Xenxin e Goiás e neste ano tenta livrar o Vitória do rebaixamento, após passagem pelo catari Al-Shaab. Zé nunca chegou à seleção e seu último título foi a Libertadores em 2011.

Neymar – A estrela do escrete santista na ocasião já era observado por equipes mundo afora, mas foi o Barcelona que fisgou o coração do camisa 11. Na metade de 2013, a equipe catalã assinou com o craque, algo que gera polêmicas até hoje. A disputa com o Real Madrid foi menos relevante quando houve os 53 milhões de Euros anunciados oficialmente foram colocados em dúvida. Apesar da confusão, em Barcelona passou a primeira temporada tendo Messi como estrela-mor da companhia, mas pouco a pouco passou a dividir o protagonismo das ações blaugranas. Em 2014 Suárez chegou e o trio MSN tornou-se referência de protagonismo ofensivo pelo mundo. Pela seleção, Neymar foi prata em Londres, venceu a Copa das Confederações em 2013 e a Olimpíada no Rio em 2016. Líder da equipe em 2014, lesionado viu o Brasil ser eliminado pela Alemanha na semifinal.

Escalação do Santos na final da Libertadores de 2011

PEÑAROL

Sebastián Sosa – o camisa 1 do Penãrol naquela partida transferiu-se logo após a competição para o Boca Juniors. Na equipe argentina, venceu o Apertura 2011 e a Copa Argentina, além de chegar à final da Libertadores em 2012, contra o Corinthians. Apesar do bom desempenho da equipe, Sosa era reserva de Orión, e acabou rumando para o Vélez Sarsfield. No time, venceu o Torneo Inicial (2012), o Campeonato Argentino (2012-2013) e a Supercopa (2013), como titular da equipe. Em 2015 passou pelos mexicanos Pachuca e Mineros, jogando nesta temporada pelo Rosario Central.

Alejandro González – Lateral direito, com 1,84 de altura também pode ser improvisado na zaga. González possui grande identificação com o Peñarol, equipe com a qual manteve contrato por 7 anos. Junto aos Carboneros, venceu os Campeonatos Uruguaios em 2009-2010 e 2012-2013. Ao final de seu contrato, juntou-se ao Hellas Verona. Sem firmar-se na posição, está passando por sucessivos empréstimos: Cagliari (2014-2015), Ternana (2015-2016) e Avelino (2016-2017).

Carlos Valdéz – Zagueiro de porte avantajado, está no Peñarol desde o início de 2011. Na equipe, venceu o Campeonato Uruguaio por duas vezes (2012-2013 e 2015/2016), além de chegar a um vice em 2014-2015. Já fez mais de 150 jogos pelo Peñarol e hoje está com 33 anos.

Guillermo Rodríguez – Companheiro de Valdéz durante toda a campanha de 2011, havia conquistado o Campeonato Nacional no ano anterior. Guille saiu logo após a Libertadores. As passagens por Cesena, Torino e Hellas Verona não foram de muito destaque. Em 2015-2016 fez parte do elenco campeão uruguaio, mas ao fim da temporada não teve vínculo renovado na equipe.

Darío Rodríguez – Voz mais experiente na equipe uruguaia em 2011, com 36 anos, Rodríguez também era capitão da equipe. Respeitado por suas participações em Copas América e do Mundo, Darío permaneceu no elenco Carbonero até 2015, quando aposentou-se dos gramados. Por sua experiência e ligação com a equipe, é atualmente auxiliar técnico na Peñarol.

Mathías Corujo – Hoje com 30 anos, o polivalente uruguaio defende o San Lorenzo. Logo após a Libertadores, Corujo passou a atuar pelo Cerro Porteño. Com El Ciclón venceu o Apertura 2012 e o Clausura 2013. Antes de chegar à equipe de Almagro, Mathías ainda passou pela Universidad de Chile, na qual venceu a Primeira División em 2014, além da Supercopa e da Copa Nacional, ambas em 2015. Na equipe do Papa Francisco, busca sua primeira conquista continental. O San Lorenzo disputa a volta da semifinal da Sul-Americana contra a Chapecoense no dia 23. Pela seleção, Corujo tornou-se presença constante desde 2014: são 19 partidas e um gol desde agosto daquele ano.

Nicolás Freitas – Famoso por seu estilo combativo, o volante de Montevidéu voltou ao Peñarol na temporada 2016-2017. Os Carboneros o emprestaram na temporada 2012-2013 ao Rosario Central, e ao Everton do Chile na campanha seguinte. Com os argentinos venceu a Primera B, trazendo a equipe de volta à elite local. Em 2014-2015, militou no Montevideo Wanderers, chamando a atenção do Internacional. No clube gaúcho, porém, não teve muito espaço, voltando ao maior campeão uruguaio.

Luis Aguiar – O camisa 14 uruguaio naquela partida saiu e retornou duas vezes aos Carboneros. Em 2012-2013 no San Lorenzo e em 2014 no Vitória, Aguiar foi campeão uruguaio na última temporada e somou mais de 100 partidas no Peñarol. Atualmente, está no elenco do Braga de Portugal, junto com seu compatriota Emiliano Velásquez.

Matías Mier – Fundamental na campanha do vice em 2011, hoje com 26 anos, Mier nunca mais repetiu o mesmo desempenho daquela temporada. Saiu para a Universidad Católica ainda em 2011, mas não conseguiu se firmar no time. Seu temperamento forte lhe causou problemas com árbitros e a própria torcida do Católica. Foi emprestado ao Santiago Wanderers em 2014, mas também não correspondeu. Em junho de 2016, Mier chegou ao Muaither do Catar, onde é companheiro dos brasileiros Bruno Aguiar e William Schuster.

Alejandro Martinuccio – O único atleta que não era brasileiro nem uruguaio naquela final era o atacante argentino Martinuccio. Em julho de 2011 o avante foi contratado pelo Fluminense, mas passou mais tempo jogando por empréstimo em outras equipes que no próprio Tricolor das Laranjeiras. Ao fim de 2011 foi repassado ao Villarreal, onde teve a única aventura europeia da carreira. Voltando ao Brasil foi emprestado ao Cruzeiro, equipe com a qual conquistou o Brasileirão de 2013. Em 2014 foi novamente cedido ao Coritiba e por último em 2016 à Ponte Preta. Findado seu vínculo com o Flu, Martinuccio passou a atuar pela Chape, onde enfrenta o ex-colega de equipe Corujo na semifinal da Libertadores.

Juan Olivera – Centroavante clássico, temido na bola aérea, Olivera foi o atleta mais alto daquela final, com seus 1,91. O experiente atleta, hoje com 35 anos, defende o Danubio desde 2015. Entre idas e vindas, Olivera retornou outras duas vezes ao Peñarol. Em 2012-2013, quando voltou do Al-Wasl dos Emirados Árabes e em 2014-2015, após empréstimos a Náutico e Estudiantes. Pelos Carboneros, foi campeão do Clausura em 2012 e 2015 e do Campeonato Uruguaio em 2012-2013, temporada em que foi o goleador da competição com 18 gols. Olivera defendeu 12 equipes em sua carreira, marcando mais de 200 gols.

Escalação do Peñarol na final da Copa Libertadores 2011

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