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Deco, sobre sua aposentadoria: “Tive que ficar totalmente sozinho”

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Foto: Getty Images

As aparências, em não poucas vezes, enganam muita gente e fazem com que algo como a aposentadoria que parece ser aparentemente tranquila para um jogador de futebol centrado como o brasileiro naturalizado português Deco se tornar uma espécie de conflito interno e que, obviamente, gera tristeza.

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Algo que reforça essa tese é a entrevista que o ex-atleta do Porto (Portugal), Barcelona (Espanha) e de muitos outros clubes além da seleção de Portugal deu ontem (15) ao jornalista Luis Ceará no quadro “Do Ceará para o mundo”, veiculado na TV aberta pela Rede TV.

Em conversa na casa de Deco localizada na cidade de Indaiatuba, cidade no interior de São Paulo onde ele viveu boa parte de sua infância, o ex-jogador que surgiu nas categorias de base do Guarani comentou sobre a sua ida para a Europa que, segundo ele, foi muito mais por falta de opção do que propriamente uma vontade realizada:

“Foi mais por uma falta de opção porque eu não pertencia ao Corinthians, mas sim a um grupo de empresários. E como o clube na época também não parecia querer tanto que eu ficasse, houve o contato do Benfica e eu acabei indo, mas nem joguei pelo Benfica. Eu fui emprestado ao Alverca, que era um time da segunda divisão, mas que nunca subiu. Depois disso eu fui para o Salgueiros, fiquei por quatro meses e depois para o Porto.”

 

A saída do jogador rumo ao clube da Catalunha foi um momento da realização de um sonho na carreira do jogador, situação que o mesmo atestou durante a entrevista:

“A minha ida pro Barcelona era realizar um sonho porque, enquanto estive no Porto, tive propostas do Bayern de Munique (Alemanha), da Inter de Milão (Itália), mas eu sempre tive em mente que eu queria jogar no Barcelona por tudo que a geração do início dos anos 90 representava pra mim. Aquele time com Stoichkov, Romário, Laudrup, Guardiola era mágico. Aquela final contra o time do São Paulo com Telê, Raí, eram realmente os dois melhores times do mundo e representava o melhor do futebol.”

Apesar de boas situações e conquistas no mundo da bola, como as duas Liga dos Campeões da Europa, a Liga Europa e os títulos nacionais no Brasil, Espanha e Portugal, o atleta afirma que, no momento da aposentadoria, ninguém pode se considerar preparado para essa situação:

“Ninguém tá pronto pra parar. Uma coisa é você se planejar financeiramente, tudo mais, mas isso é outra questão. Porque você pode simplesmente falar ‘daqui um ano vou parar’, mas no dia que for realmente o de você parar, vai ser muito difícil. Eu comecei a ter muitas lesões no Fluminense, tinha uma lesão no quadril que começou a me fazer pensar se valia a pena fazer algo que eu amava tanto, mas que eu precisava me sacrificar muito pra fazer.”

Deco confessa, inclusive, que passou por uma situação até de necessidade de isolamento para lidar com o peso de ter se aposentado, omitindo até mesmo da sua esposa sua decisão:

“Quando eu decidi parar em 2013 eu não contei pra ninguém, nem minha esposa ficou sabendo. Eu ainda tinha um tempo de contrato com o Fluminense mas abri mão de tudo porque eu não conseguia mais fazer bem feito a minha paixão. Precisei até mesmo viajar para Portugal e ficar um tempo totalmente sozinho na casa que tenho lá pra me adaptar com isso.”

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